Zohran Mamdani, um democrata socialista de 33 anos, declarou uma vitória histórica nas primárias democratas para a câmara de Nova Iorque, na noite de terça-feira, posicionando-se no caminho para potencialmente se tornar o primeiro presidente da câmara muçulmano da cidade. Embora o resultado final ainda possa demorar dias a ser conhecido, Mamdani conquistou uma liderança substancial.

Esta vitória é uma surpreendente reviravolta, dado que Mamdani derrotou Andrew Cuomo, o ex-governador de Nova Iorque, que era inicialmente o grande favorito até às semanas recentes, apesar do seu histórico recente marcado por escândalos. Cuomo, que tinha sido eleito para três mandatos como governador antes de renunciar em desgraça devido a acusações de assédio sexual, tinha um reconhecimento público muito superior e partia de uma vantagem de 30 pontos nas sondagens. Contudo, uma pesquisa divulgada na segunda-feira já indicava que Mamdani poderia ganhar as primárias, que é feita com um sistema de múltiplas rondas de contagem.

Após a contagem de 93% dos votos na primeira ronda das primárias, Mamdani obteve 43,5% dos votos, enquanto Cuomo ficou com 36,4%. Mamdani agradeceu a Lander no seu discurso: "Juntos, mostrámos o poder da política do futuro: uma de parceria e sinceridade".

Mamdani apresentou uma plataforma progressista, prometendo congelar rendas e tornar os autocarros gratuitos em toda a cidade. A sua campanha foi impulsionada por um forte apoio nas redes sociais, superando os seus rivais, e pelo apoio de figuras proeminentes como Alexandria Ocasio-Cortez e o senador Bernie Sanders. Esta noite Mamdani celebrou – "Fizemos história" – e prometeu ser o “presidente da câmara para cada nova-iorquino”. Andrew Cuomo reconheceu a derrota, afirmando que Mamdani "mereceu" a vitória e que ele "montou uma ótima campanha", tendo tocado e inspirado os jovens a votar. No entanto, Cuomo disse ao New York Times que ainda poderá concorrer como independente nas eleições de novembro.

Segundo o The Guardian, a vitória de Mamdani é vista como uma repreensão ao establishment Democrata e oferece esperança a outros progressistas que aspiram a cargos eleitorais nos EUA, que procuram um rumo no partido depois da derrota de Kamala Harris face a Trump.