Depois da vitória do Palmeiras por 2-1 sobre o Atlético Mineiro, que foi a sexta vitória seguida e deixa a equipa a um ponto do Botafogo, Abel Ferreira falou no trabalho que tem feito com os jogadores.
«Posso dizer o que fiz? Como agora temos mais tempo, convidei-os a ver os filmes Divertida-mente 1 e 2. Pegarem nas namoradas, famílias verem. Conseguem ver as emoções que temos e qual nos interessa ativar. Há momentos em que me interessa chegar aqui à imprensa e criar conflito. Ha outros em que não me interessa. Podemos jogar com as nossas emoções. Posso chamar a atenção para mim, para deixar os jogadores em paz, ou elogiá-los, como estou a fazer aqui hoje. A melhor forma é dizer-lhes que todos temos um capeta [diabo] e um anjinho [aponta aos ombros]. A qual quero dar ouvidos? Digo isso aos jogadores, no jogo é igual. A quem dou ouvidos? Ao que diz ‘não jogas nada, é fraco’, ou ao que diz ‘tens mais uma oportunidade, és bom'. Eu falo muito comigo, tenho a minha voz interior, por vezes em casa dizem que estou maluco. Tenho que falar para mim como para pessoa que eu mais amo», disse.
«Os jogadores são incríveis nisso. Tenho um orgulho tremendo, porque eles não desistem. Às vezes vamos perder, nunca prometi títulos, não posso prometer, só posso prometer atitude, jogar para ganhar, sempre até o fim pelo melhor resultado. Sinceramente, aqui estamos todos de acordo que meus jogadores são incríveis, independente se vamos ganhar ou não. Só cobro que eles deem o melhor que puderem», completou, fazendo referência ao período difícil com lesões entre julho e agosto.
O caso de Dudu e o Abel turista
Dudu está à procura de ritmo depois de rotura de ligamentos do joelho e esta noite entrou aos 82 minutos. «Ele merece, porque trabalha muito e sabe o quanto difícil é. Deixei de jogar por uma lesão destas. Se perguntar se o Dudu está pronto para jogar 90 minutos, não está. Mas se puder ajudar como foi hoje, será espetacular. Fui abraçá-lo, todos são jogadores do clube e ninguém vai apagar a história que tem. Ele jogou comigo imensamente, mas precisamos de ritmo, intensidade», explicou.
Fora da Taça do Brasil e da Libertadores, Abel Ferreira voltou a dizer que tem mais tempo para viver: «O nosso calendário é duro, difícil, agora é treinar bem durante a semana, desfrutar da vida, tenho mais tempo para desfrutar dos amigos, ir a novos restaurantes, coisa que fiz pouco. Estou a começar a conhecer São Paulo e pode ser perigoso (risos), porque é uma cidade maravilhosa. Sempre com a minha esposa e filhas. A exigência que tenho com meus jogadores, coloco nas minhas filhas. Sou uma pessoa muito diferente, aos 27 anos tinha medo de falar em público, mas estudei, aprendi técnicas.»