Pragmatismo e eficácia são duas palavras que encaixam na perfeição no triunfo do AFS sobre o Vizela, por 3-0, na 1ª mão do Playoff da Liga Portugal Betclic. A equipa de José Mota fez três golos em oito minutos e tem o bilhete da manutenção na mão.

Final de tarde muito tenso na Vila das Aves. Não foi apenas um jogo de futebol, foi o primeiro round de uma luta que para AFS e Vizela significa olhar para a próxima temporada de uma forma diferente. Nada ficou decidido e o equilíbrio foi notório, embora a forma das duas equipas olhar para o mesmo jogo tenha sido bem distinta.

A equipa de José Mota não se importou de dar a bola aos homens de Fábio Pereira e estes não tiveram problemas em mostrar o seu futebol atrativo e com olho na baliza adversária. Os primeiros minutos não foram bluff, o Vizela foi mais perigoso, sem ter que trabalhar muito para conseguir expor o seu jogo.

Gustavo Correira expulsou José Mota @Rogério Ferreira / Kapta+
O Vizela quis marcar cedo e criou futebol suficiente para isso. Os minhotos tiveram em Diogo Nascimento o estratega da condução ofensiva: passes curtos, em progressão e chegadas rápidas à área do AFS, mas Simão Bertelli esteve sempre protegido e nunca teve de ser chamado a intervir.

Masterclass de bolas paradas

O AFS passou por momentos de grande calafrios, junto da sua área, José Mota ficou incomodado com as decisões da equipa de arbitragem ao ponto de ser expulso, mas da bancada viu a sua equipa ganhar personalidade.

A equipa da Vila das Aves aproveitou o momento em que o Vizela diminuiu a pressão, na zona de meio campo, para subir no terreno e forçar o erro na defesa dos minhotos. A equipa de Fábio Pereira ficou desconfortável e o AFS foi muito perigoso.

John Mercado e Jorge Teixeira em duas ocasiões levaram o Vizela a ficar em alerta vermelho na sua área. O AFS não foi para o intervalo a vencer por falta de eficácia.

Tal como terminou a primeira parte, no segundo tempo, a equipa de José Mota entrou muito pragmática e a deixar o Vizela em desconforto. O futebol dos avenses era muito direto, sempre tendo Zé Luís como a referência de segurar os opositores e colocar a equipa mais tempo no ataque.

Oito minutos de sonho

O Vizela aguentou a boa entrada na segunda parte do AFS e aos poucos voltou a impor o seu jogo, mas repetiu os erros da primeira parte: saber defender. As debilidades dos minhotos ficaram expostas em pouco tempo, com o Aves Futebol SAD a revelar grande eficácia no ataque.

Zé Luís teve um papel muito importante no jogo @Rogério Ferreira / Kapta+
Zé Luís - mais uma vez possante na área - aguentou a pressão na área, sofreu penálti, depois do toque de João Reis, e Gustavo Assunção colocou a equipa da casa na frente do marcador.

O AFS ficou muito confiante e aproveitou o embalo ofensivo do Vizela para marcar mais dois golos, por Akinsola. O nigeriano, tantas vezes considerado um erro de casting para esta época, por causa de não conseguir mostrar o seu futebol, foi letal em dois lances de contra-ataque.

Akinsola revelou estar numa noite de sonho, tamanha a confiança que evidenciou pelo lado direito, aproveitando as subidas desequilibradas protagonizadas pelo Vizela.

A formação minhota tentou reduzir o marcador nos últimos minutos, com muita posse de bola e um futebol muito associativo, mas o AFS cerrou fileiras atrás e fechou os caminhos para a baliza de Bertelli, tendo inclusive Mörschel enviado um remate à barra.

O AFS está numa posição muito confortável para continuar na Liga Portugal Betclic, mesmo tendo de jogar dentro de uma semana em Vizela.