

Com o término do Critérium du Dauphiné 2025, chegou também ao fim a carreira de Romain Bardet, o homem que, até pela fonética do seu nome, levou tantos milhares a gritar “Allez, Allez” nas bermas das estradas francesas.
Também este que vos escreve o fez. Talvez seja caricato que um grande adepto da Sky acabe a torcer por alguém que foi, a certa altura, um dos maiores adversários do conjunto britânico. Porém, esta é uma demonstração do impacto que o francês teve na modalidade, pela forma como, dentro e fora da estrada, cativou os adeptos.
Porque, no final de contas, esse é o maior legado de Romain Bardet. Mais do que as suas vitórias ou resultados de destaque, marcou-nos com a sua atitude. Um cavalheiro em todos os momentos e um porta estandarte da ética num desporto que tantas vezes lida com problemas nesse campo, Bardet marcou uma geração agindo sempre como um exemplo a seguir.
Ainda assim, não deixemos de mencionar os seus maiores sucessos desportivos. Desde logo, as suas várias vitórias de etapa e os seus podiuns no Tour. Na maior corrida do ano, Bardet surgia sempre no seu melhor, desde o jovem que colocou uma equipa francesa a fazer frente ao poderoso comboio da Sky até ao veterano que atacou para vestir de amarelo na etapa inaugural da sua última participação, conquistando ainda pelo meio a camisola das bolinhas vermelhas.
Menos frequentador das outras Grandes Voltas, ainda venceu uma etapa na Vuelta e, por mais que uma vez, terminou entre os dez melhores no Giro. Nas provas por etapas menores, fica na memória o seu triunfo no montanhoso Tour of the Alps.
Por explorar mais, terá ficado o seu lado de classicómano, que lhe deu algumas vitórias menores e, acima de tudo, o viu estar por vezes na luta pela mítica vitória em Liège, que nunca chegou a alcançar, e lhe valeu uma medalha de prata no Mundial de 2018.
Por tudo isto, resta terminar este artigo dizendo o óbvio:
Merci, Romain.