
O Damaiense não conseguiu obter a licença obrigatória da Federação Portuguesa de Futebol e está, por isso, impedido de competir no principal escalão do futebol feminino português.
Dois dias depois do anúncio por parte do órgão que rege o futebol português, o emblema pronunciou-se num comunicado publicado nas redes sociais, onde garantiu acreditar na reversão da decisão, entendendo que esta se baseou «em interpretações incorretas dos factos e na má aplicação das regras».
Para além desse entendimento, o clube alega, igualmente, que vê a mudança para o Algarve como uma forma de «reconfigurar o futebol feminino» nessa mesma região e que esta decisão impede que a Liga BPI seja «uma verdadeira competição nacional, e não apenas centrada no Norte e Centro do país».
«Na passada sexta-feira, 20 de junho de 2025, o Sport Futebol Damaiense - Futebol SAD teve conhecimento de uma comunicação emitida pela FPF contendo a lista de equipas licenciadas para participar na Liga BPI na época 2025/2026. A lista inclui 13 equipas, apesar de apenas 10 virem efetivamente a disputar a competição. O SFD não foi incluído nessa lista, apesar de se ter qualificado desportivamente para integrar a competição», começou por referir.
«O SFD recebeu algumas decisões desfavoráveis por parte das entidades competentes da FPF responsáveis pela certificação e licenciamento. Essas decisões foram alvo de recurso - algumas foram anuladas, outras mantidas, e outras ainda estão a ser objeto de recurso ou poderão vir a sê-lo. As decisões anuladas não foram substituídas por outras válidas, nem se tornaram definitivas. Por isso, a Administração foi surpreendida pela emissão de uma comunicação como esta, neste momento a Administração entende que estas decisões desfavoráveis se baseiam, em grande parte, em interpretações incorretas dos factos e na má aplicação das regras aplicáveis. Nada que não possa ser revertido.»
«A situação atual, a manter-se, compromete claramente a intenção do SFD de reconfigurar o futebol feminino na região do Algarve, trazendo experiência, investimento e visão - e de tornar a Liga BPI uma verdadeira competição nacional, e não apenas centrada no Norte e Centro do país. Compromete também a estabilidade profissional e os rendimentos de um vasto grupo de jogadoras e staff, que arriscam perder os seus empregos ou serem forçados a aceitar salários inferiores noutras equipas, sendo o SFD uma das entidades que melhor remunera na Liga BPI.»
«Este processo está longe de estar concluído e a Administração contratou uma equipa de advogados para representar os interesses do SFD. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para defender o projeto do clube, e acreditamos firmemente que estaremos a competir no Algarve, na Liga BPI, já na época 2025/2026», concluiu o emblema, assinando via Loulé.
Recorde-se que, segundo o documento fornecido pela Federação Portuguesa de Futebol, o Damaiense «nunca logrou demonstrar e provar que até ao final do procedimento estivesse inscrita na Associação Distrital do Algarve».