Na conferência de imprensa após a pesada derrota por 5-1 contra o Benfica, Bruno Pinheiro, treinador do Gil Vicente, considerou que as águias foram justas vencedoras, mas que os gilistas tentaram jogar o «jogo pelo jogo». Deixou ainda elogios a Fujimoto, médio que fez a assistência para o golo de Félix que inaugurou o marcador.

— Que análise faz da partida? Fica a sensação de que o resultado não traduziu o que o Gil Vicente jogou.

— A pergunta já tem resposta. Fizemos um jogo muito interessante, criámos dificuldades diferentes ao Benfica, que ainda não tinha visto a passar. Fica um resultado pesado para o que foi feito.

— Com o resultado em 2-1, Bruno Lage mexeu na equipa. Aquele terceiro golo sofrido fez a diferença?

— Sem querer desenvolver, porque até parece que se tira mérito ao Benfica, que é justo vencedor, mas nesse terceiro golo, sem ver, parece-me que há falta. Não conseguimos ter uma única falta sobre o nosso avançado. São situações em que quando se joga contra grandes equipas não se consegue respirar. O 3-1 acaba por sentenciar a partida. Benfica é um justo vencedor, jogou bem, apanhámos o Benfica no seu melhor momento e parabéns ao Benfica.

— Algumas vezes, nas transições ofensivas, pareceu que faltava um elo, que a equipa estava com dificuldades e que, por isso, não foram criadas tantas oportunidades. Sobre Fujimoto, a sua opinião sobre o jogador, que está a ter um grande início de época.

— Quanto à primeira pergunta, penso que produzimos bastante para aquilo que o Benfica concede. Criámos muitas oportunidades e lances bem trabalhados. Não é fácil ver o jogo do banco, não consigo dar uma resposta precisa. Tive momentos em que tive prazer em ver a equipa a jogar. Infelizmente, não é a qualidade do jogo, mas sim a qualidade do resultado que é mais importante e isso não foi conseguido. Quanto ao Fujimoto, está a fazer uma época com números diferentes, superiores ao que tem tido no passado. É um jogador tecnicamente muito bom. Encontrar jogadores que possam desequilibrar no último terço não é fácil, e quando temos esses jogadores, se os deixarmos recuar muito, vão fazer falta onde podem fazer a diferença. Posso estar enganado, mas acredito que Fujimoto vai ter números que nunca teve, porque vai jogar onde pode fazer a diferença. Recorda-me o André Franco do Estoril.

— Se o Gil Vicente tivesse sido tão bom a defender como quando teve posse de bola, o resultado teria sido diferente? Depois de rever o jogo, tem a ver com a transição defensiva?

— Temos de ver a qualidade do adversário. O Gil Vicente concede poucos golos, os que concedeu foi na primeira jornada, no Dragão, e agora na luz. Nos outros jogos, já tivemos a baliza a zeros, um golo sofrido duas vezes… temos estado bem defensivamente, mas hoje foi um adversário com outras capacidades. Fizemos um bom jogo, mas a vitória é inquestionável.

— A equipa sai daqui goleada. Teve oportunidade de falar com os jogadores, qual o estado de espírito? Próximo adversário é o Estrela, que venceu hoje pela primeira vez. Esta conjuntura não poderá ser desfavorável para o Gil Vicente na próxima jornada?

— Não acredito. Os jogadores são profissionais, é uma derrota normal, excetuando os números. Próximo jogo vai ser completamente diferente, hoje o adversário quis ter bola, na próxima semana, possa estar enganado, mas o adversário não vai querer ter bola. São jogos diferentes, com velocidade diferente. O Gil Vicente hoje jogou o jogo pelo jogo, não se escondeu. Iremos fazer isso durante toda a época, mas, quando o adversário não assume da mesma forma, o jogo torna-se lento e aborrecido.