
No mesmo local no qual, apenas 15 dias antes, havia celebrado a conquista do pentacampeonato nacional, o Estádio Municipal Dr. Jorge Sampaio, o Benfica voltou a festejar, desta feita o apuramento para a final da Taça de Portugal, não sem antes ter sido obrigado a 120 minutos de muito sofrimento e um emotivo desempate por grandes penalidades para vergar o aguerrido Valadares Gaia que, tal como na primeira mão, conseguiu segurar a igualdade: o 0-0 não se desfez e a águia venceu por 4-2 por penáltis.
O Benfica enfrentou uma segunda mão tão exigente quanto a primeira, que havia terminado com igualdade a dois golos – na partida de decisão, o Valadares mostrou-se à altura dos acontecimentos e tudo fez para surpreender as águias.
O primeiro tempo foi constantemente dividido, com o Benfica a conseguir ter a bola por mais tempo em seu poder, mas a equipa da casa a revelar-se mais afirmativa - as gaienses dispuseram das duas primeiras ocasiões de perigo por Erica Meg, aos 18’, e Carolina Santiago, aos 41’, em ambos os casos testando a atenção da guardiã Lena Pauels.
A partida era discutida com agressividade positiva e duelos que refletiam equilíbrio a dificultar a ação das encarnadas, que apenas a segundos do intervalo estiveram realmente próximas de marcar, mais precisamente aos 45+2’, quando primeiro o poste e depois Mackenzie Cherry, sobre a linha de baliza, evitaram que Chandra Davidson abrisse o marcador.
No início da segunda parte, Davidson voltou a ter novo golo praticamente certo a ser evitado a centímetros da baliza: aos 50’ foi Beatriz Barbosa quem surgiu num corte salvador após desvio da atacante canadiana, com o ventre, que se encaminhava para o fundo das redes. A partir daí, o domínio benfiquista foi adensando, mas a equipa da casa manteve-se sólida e segurou, de forma abnegada, o nulo que levou a eliminatória para prolongamento.
No tempo extra, a toada da segunda parte do período regulamentar prolongou-se, com o Benfica instalado no meio-campo adversário, mas sem conseguir surpreender o conjunto de Vila Nova de Gaia, que se defendeu de forma irrepreensível, determinado em afastar da prova as detentoras do troféu.
O prolongamento seguiu sem grandes oportunidades de golo, mas devido à intensidade da luta de parte a parte – as duas equipas deixaram tudo em campo e a igualdade de forças não se desfez até ao desempate por grandes penalidades.
Tal como os 120 minutos que os antecederam, os penáltis decisivos foram emotivos e com um fator diferencial chamado Lena Pauels: a guardiã benfiquista defendeu duas das tentativas adversárias de Mackenzie Cherrie e Angeline da Costa, enquanto a sua homóloga gaiense, Erin Seppi, travou o remate de Laís Araújo.
A decisão coube à goleadora benfiquista, Cristina Martín-Prieto, que manteve a frieza e garantiu que as encarnadas irão defrontar na final, a 17 de maio, o Torreense, obstáculo que separará as águias de um triplete (Liga e as Taças da Liga e de Portugal).