
Sempre polémico, Bradley Wiggins continua igual a si próprio e não perde uma oportunidade de falar de Lance Armstrong. Desta feita, o antigo ciclista, agora com 45 anos, recuou a 2013, lembrando uma intervenção que fez após o escândalo de doping do norte-americano ter sido tema mundial.
"Gostaria de ter dito o que pensava. Disseram-me o que é que eu tinha de dizer sobre Armstrong. Foi um dos meus maiores arrependimentos... Fiz isso porque representava a Sky, mas não foi o que senti", admitiu o britânico acrescentando: "Olho para trás agora e tenho a certeza que me roubou possivelmente o terceiro lugar do Tour e a possibilidade de ficar no pódio.
Wiggins não ficou por aí, visando também diretamente os líderes da Team Sky, especialmente Dave Brailsford, atual executivo do Manchester United. "Lembro-me de toda aquela parvoíce sobre o comportamento vencedor, a mesma coisa que agora estão a promover com o famoso 'Project 21'. Nunca soube o que aquilo significava. Talvez fosse para a equipa. Só queria correr. Houve muita hipocrisia. Muitos sabiam o que se passava no ciclismo, era uma pandemia e, ainda assim, mostraram-se chocados publicamente. É uma ferida aberta no desporto", revelou.
Wiggins, que enfrenta uma batalha contra o vício do álcool e as dificuldades financeiras desde que se retirou, admitiu que a sua última década foi uma viagem alucinante: "Estou reformado há quase 10 anos e penso: 'uau, como é que foram estes anos?' Mas fica a lição: 'nem toda a gente que te ajuda é amiga e nem todos os que te magoam são inimigos".