Carlos Sainz anunciou esta quarta-feira que não se candidatará às eleições presidenciais da Federação Internacional do Automóvel (FIA), programadas para o final deste ano. O piloto espanhol, ex-campeão mundial de ralis e quatro vezes vencedor do Dakar, confirmou a decisão através de uma declaração nas suas redes sociais, pondo fim a vários meses de especulação e trabalho interno em torno de uma possível candidatura ao órgão regulador.

 "Trabalhei intensamente nos últimos meses para entender a situação da FIA e as exigências e complexidades envolvidas num projeto tão importante. Após uma profunda reflexão, cheguei à conclusão de que as circunstâncias atuais não são ideais para que eu estabeleça as bases da minha candidatura", afirmou. Entre os principais motivos alegados estão a impossibilidade de conseguir conciliar a candidatura à presidência com uma preparação que permita ao espanhol de 63 anos disputar a vitória em mais um Rali Dakar.

Apesar da decisão, Carlos Sainz não descarta totalmente a possibilidade de, noutro momento, concorrer à presidência da FIA, reconhecendo que a organização, que vive agora um período de polémicas e instabilidade aos comandos de Mohammed Ben Sulayem, precisa de mudanças. "A minha paixão por servir e liderar o mundo do automobilismo não mudou e continuo a crer que a organização precisa de grandes mudanças que, sinceramente, espero que aconteçam nos próximos anos", afirmou Sainz.

Com esta decisão, e apesar de ainda não serem conhecidos outros candidatos às eleições que decorrem em novembro deste ano, Ben Sulayem aumenta as probabilidades de exercer mais um mandato na liderança do órgão máximo do automobilismo, apesar de todas as tensões internas, externas e polémicas que envolvem o seu nome.

Por João Real