
Depois da derrota no fim de semana anterior, na receção ao Benfica (0-3), pedia-se uma resposta afirmativa dos conquistadores perante os seus adeptos. A turma de Luís Freire não só cumpriu como tirou nota 20 no embate com os vila-condenses, demonstrando momentos de grande futebol, alicerçado em tarde de inspiração superlativa das suas maiores figuras.
Desde cedo foi percetível que o Rio Ave não teria tarefa nada fácil em Guimarães, apresentando dificuldades em suster o poderio ofensivo dos minhotos. Depois de já ter causado calafrios à defesa rio-avista, o Vitória chegou ao primeiro golo de forma pouco ortodoxa. João Miguel Mendes, sempre muito participativo no momento atacante da formação de Luís Freire, tirou um cruzamento venenoso, que Bakoulas desviou de forma infeliz para dentro da própria baliza.
O golo deu (ainda mais) ânimo aos vimaranenses, que não tiraram o pé do acelerador e rapidamente ampliaram a vantagem. Mas não de uma forma qualquer. João Mendes não pediu licença para disparar e, do meio da rua, assinou o golo da tarde, da jornada e porventura do campeonato. Explosão de alegria no D. Afonso Henriques.
Ainda desorientada e sem saber lidar com as constantes movimentações dos avançados dos conquistadores, a formação de Vila do Conde não conseguiu impedir novo golo até ao apito para intervalo. O mesmo João Mendes rubricou novo momento de magia, com um passe fantástico a servir Telmo Arcanjo na área.
A segunda parte começou como terminou a primeira, com domínio absoluto dos homens da casa. Aos poucos, os pupilos de Petit foram crescendo no jogo e chegaram a ameaçar (e de que maneira) a baliza vitoriana. Bruno Varela respondeu com duas defesas espetaculares, a tentativas de Clayton e Tiknaz. Sem conseguir reentrar no jogo nessa altura, e frente a um Vitória a gerir o jogo tranquilamente, o conjunto vila-condense foi incapaz de marcar um golo de honra.
Um embate de duas faces, com maior emoção no primeiro tempo, só podia terminar com triunfo expressivo dos vitorianos, que dominaram do início ao fim. O castelo voltou a ser fortaleza e o 5.º lugar está cada vez mais perto para os minhotos, que não tremeram após a vitória do Santa Clara. O mau momento do Rio Ave, que soma apenas um triunfo nos últimos 9 jogos, prolonga-se, embora continue tranquilo na tabela.
As notas dos jogadores do Vitória de Guimarães: Bruno Varela (6); Miguel Maga (6), Toni Borevkovic (6), Filipe Relvas (6), João M. Mendes (7); Tomás Handel (7), Tiago Silva (7); Telmo Arcanjo (7), João Mendes (8), Gustavo Silva (5); Jesús Ramírez (5). Nuno Santos (5), Samu (5), Beni (5), Nélson Oliveira (5) e Vando Félix (-).
As notas dos jogadores do Rio Ave: Miszta (6); João Tomé (3), Andreas Ntoi (4), Jonathan Panzo (4), Vrousai (4); Demir Tiknaz (6), Bakoulas (4); André Luiz (4), Olinho (5), Tiago Morais (5); Clayton (5). João Pedro (5), João Graça (5), João Novais (5), Martim Neto (-) e Kostoulas (-).
Reações dos treinadores
Luís Freire
Os jogadores sabiam muito bem o que tinham de fazer dentro do campo. Fomos uma equipa extremamente organizada, com capacidade de ter bola e de chegar com critério à frente. Fomos eficazes, os jogadores estavam com fome de fazer golos, na segunda parte quem entrou, entrou muito bem, quisemos dar andamento a todos, tentar fazer o 4-0 e não sofrer golos. Fomos sérios, não abrandámos. Os jogadores estão de parabéns, houve momentos de grande futebol.
Petit
Faltou compromisso e atitude na primeira parte, deixámos sempre o Vitória confortável no jogo, nunca houve essa agressividade. Houve passividade, não fomos compactos nem organizados. Ao intervalo fui um pouco duro com eles, disse que temos de ter respeito pelo emblema que temos ao peito e pela profissão. Faltou compromisso e atitude na primeira parte, na segunda melhorámos um bocadinho, mas sempre com o Vitória a controlar o jogo