
Luís Figo, presidente da Fundação com o seu nome, marcou presença esta quinta-feira na cerimónia de encerramento do concurso escolar ‘Jogar na Linha’, dedicado à promoção de hábitos de vida saudável e ao combate à obesidade infantil. A iniciativa decorreu no auditório da Escola Egas Moniz, no Monte de Caparica.
«Começámos com um projeto-piloto na margem sul e, com o sucesso que temos tido, esperamos expandi-lo a nível nacional. A obesidade infantil não é apenas um problema local, é uma questão global. Embora o projeto se foque mais nas crianças, pretendemos que o ‘Jogar na Linha’ contribua para uma vida mais saudável em geral, física e mentalmente. É essencial incutir bons hábitos, bons exemplos e uma educação sólida que incentive a prática desportiva, porque isso será fundamental no futuro», explicou Figo.
O ex-capitão da Seleção Nacional não fugiu à atualidade desportiva. Questionado sobre o título conquistado pelo Sporting, clube que representou durante vários anos, foi claro: «Quem ganha, geralmente, ganha com justiça. Trata-se de uma competição longa, que exige regularidade. Por isso, sim, considero que o Sporting foi um justo vencedor.»
Figo também comentou o dérbi do próximo domingo, referente à final da Taça de Portugal, entre Sporting e Benfica: «Dérbis são sempre imprevisíveis e o favoritismo nem sempre se confirma em campo. No entanto, o momento de confiança vivido pelo Sporting pode ser um fator a favor. Acima de tudo, espero que seja um grande espetáculo.»
A propósito da convocatória de Rodrigo Mora, a pergunta surgiu em tom de brincadeira: «Luís, ficou dececionado por não ter sido chamado por Roberto Martínez?» Resposta com humor: «Sim, fiquei dececionado por não ter sido convocado [risos], mas neste caso foi chamado um jovem com muito talento. Espero que tenha uma carreira fantástica e que possa ajudar muitas vezes a Seleção. A idade nunca deve ser um problema quando se tem talento.»
Sobre a saída de Rúben Amorim para o Manchester United, Figo relativizou o impacto no balneário leonino: «Quando há mudanças de treinador, normalmente é por algo não estar a correr bem. Neste caso, foi diferente. Não teve a ver com resultados. Ainda assim, é um processo que obriga sempre a ultrapassar desafios. Se sabe melhor ser campeão assim? Não sei. O mais importante é sempre ganhar, porque a vitória tem um sabor único.»
Sobre Rui Costa, presidente do Benfica e seu amigo pessoal, que perdeu o campeonato, mas está na final da Taça, Figo foi solidário: «O Rui é como um irmão para mim. Desejo-lhe sempre o melhor. Quando não se atinge um objetivo, há frustração, mas é preciso força para superar. Não sei o que vai acontecer, só espero que ele seja feliz. Conhecendo-o, sei que tem dado tudo pelo Benfica.»
E Figo? Terá ambições no dirigismo? «É uma pergunta difícil. Tudo depende das oportunidades. As pessoas conhecem-me como jogador ou pelos cinco minutos em conferências de imprensa, mas nunca tive uma proposta real para regressar a Portugal. Tenho objetivos na área da gestão e administração, mas não sei onde, nem quando», explicou.
Por fim, uma curta análise ao trabalho de Pedro Proença na presidência da Federação Portuguesa de Futebol: «Se é a pessoa certa? É quem teve a maioria dos votos, e isso diz tudo. Desejo-lhe o melhor. O sucesso da FPF será sempre bom para Portugal. O presidente não decide tudo no plano desportivo, mas tem uma responsabilidade estrutural muito relevante.»