O adversário era de má memória, mas a resposta foi cabal. O Vitória venceu o Celje - carrasco da precoce eliminação europeia na temporada passada - por 3-0 e começou a fase oficial da Conference League com o pé direito. Samu, Gustavo e Tiago: os três Silvas responsáveis pelos golos da conquista europeia que alentou Guimarães.

Os condimentos não eram os melhores para um acontecimento que já não acontecia desde 2019. O horário e a chuva afastaram o D.Afonso Henriques de uma casa bem composta, mas os intervenientes proporcionaram sorrisos no rosto aos cerca de dez mil resistentes que se deslocaram ao estádio. A estreia portuguesa na Conference League foi vitoriosa.

Afugentar os traumas desde cedo

Era importante o Vitória entrar bem, para afugentar traumas passados com os eslovenos. Ora, essa entrada, não foi fulgurante, mas deu para o gasto. Os vimaranenses assumiram a posse desde cedo e chegaram ao primeiro ainda dentro dos primeiros dez minutos. Kaio pegou na bola, cavalgou sobre três adversários e rematou forte contra Rozman, que já não conseguiu suster a recarga de Samu.

Samu marcou o primeiro golo da Conference League de 24/25 @Kapta+

Depois do golo, controlaram sempre o jogo diante de um adversário que, à vista desarmada, pareceu sempre amplamente inferior. O Celje foi desorganizado - perdido em campo, diria - dentro da própria organização. Construía a três, defendia com quatro e por vezes com cinco, mas sempre incapaz de ferir os portugueses com bola e para-los sem ela.

A posse do Vitória foi sendo passiva diante do adversário com as linhas mais baixas e a tentar fechar os espaços. Apesar disso, uma excelente jogada coletiva aumentou a vantagem. Samu recebeu do lado direito e Nélson Oliveira atraiu a pressão com um movimento em apoio, abrindo espaço para Bruno Gaspar furar a defensiva adversária. Dentro da área, o lateral angolano serviu Gustavo Silva que deslizou para o 2-0, perto do intervalo.

Vantagem merecida, apesar do jogo não ser o mais vistoso.

Melhor definição podia ter valido goleada

Perante a primeira parte insuficiente dos eslovenos, Alberto Rieira mexeu ao intervalo, embora as opções não fossem muitas - apenas seis suplentes, dois dos quais guarda-redes. Os de Rei ao peito carregaram no acelerador, rumo a números mais avolumados.

Bruno Gaspar, Händel, Kaio César e Gustavo Silva. Todos eles tentaram aumentar a vantagem ainda dentro dos primeiros dez minutos, mas esbarraram na defensiva eslovena. Pouco depois, lá entrou a rendonda. Tiago Silva começou o contra-golpe, depois de um canto, e acabou a finalizar, depois de Nélson Oliveira não conseguir finalizar. Resultado dilatado, perante um adversário cada vez mais fragilizado à medida que o relógio foi correndo.

As transições continuaram a ser uma constante, tal como a falta de qualidade na definição dos jogadores do Vitória. Kaio Cesár - o caso mais gritante - falhou dois golos cantados.

Já na compensação, Matko deixou uma nódoa - das pequenas - na pintura vitoriana. Com um grande remate de fora da área, o esloveno bateu Varela, golo que de nada serviu para as contas finais do jogo.