A Ducati confirma, num cenário marcado por uma forte pré-temporada e por incertezas relativamente à escolha do motor para 2025, que os pilotos de fábrica competirão com o motor de 2024 nas próximas duas temporadas de MotoGP, uma decisão estratégica que, tendo em conta o sucesso do GP24 – responsável por 16 das 20 provas na época passada – e o facto de o GP25 ter de representar um avanço significativo face ao congelamento de motores que vigorará durante dois anos, traduz-se numa aposta pela segurança e pela confiabilidade técnica.
Nesta conjuntura, o chefe da equipa, Davide Tardozzi, justificou a decisão de forma contundente, afirmando, em palavras ao Crash: ‘Foi tomada a decisão e o motor para as temporadas de 2025 e 2026 será o de 2024, como referi ontem, o Gigi [Dall’Igna] não quer arriscar. Será um grande esforço para os nossos rapazes em casa construírem motores para os nossos três pilotos de fábrica para a primeira prova, mas o Gigi tomou esta decisão. Creio que teremos esses motores’.
O responsável italiano explicou depois que o uso do chassis e pacote aerodinâmico da moto do ano passado é ‘uma possibilidade real’, e acrescentou numa única e longa exposição: ‘Acredito que a decisão final sobre a carenagem e o chassi será tomada esta noite, e penso que iremos adiar – tendo congelado o motor – para o teste de Jerez os restantes itens novos que temos aqui e que gostaríamos de testar novamente, pois existem alguns aspetos que pertencem à eletrónica e à suspensão; são as peças de 2025 que se encontram na moto neste momento’.
Para além do desafio representado pela construção dos motores – esforço que Tardozzi enfatizou ao repetir: ‘Como referi, será um grande esforço para os rapazes construírem esses motores. Mas se decidirmos fazer isto, será possível. Creio que a moto de 2024 é muito difícil de melhorar. Esforçámo-nos muito, mas, no final, não encontramos aquilo que pensávamos, e agora tomámos a decisão mais segura possível para os pilotos’.
Assim, a Ducati aposta na estabilidade e na maturidade tecnológica do motor de 2024, numa decisão que já era esperada e tal como havíamos referido ontem, para assegurar um desempenho consistente e minimizar riscos, mesmo que isso signifique limitar as inovações que poderiam ser introduzidas com o GP25, numa estratégia que visa sobretudo garantir a competitividade e a segurança dos seus pilotos durante os próximos anos de competição.