
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Figura de relevo nos anos que passou na formação do FC Porto e nas seleções jovens de Portugal, Tomás Podstawski tem passado por algumas dificuldades nos últimos tempos, isto se se tiver em conta que não disputa um jogo oficial desde dezembro de 2023.
Na sua passagem pelo '4 Cantos do Mundo', o médio, de 30 anos, explicou o que o levou a estar na situação em que se encontra atualmente, sendo que tudo se complicou quando trocou a Noruega por Israel.
«Em Israel fiquei um período muito curto porque rescindiram comigo pouco depois de chegar. No entanto, ganhei logo a situação na FIFA, o processo foi fácil porque tinha tudo a meu favor. O clube [Bnei Yehuda] apresentou-me um documento a dizer que andava a destruir o balneário, isto quando eles só queriam livrar-se da parte financeira para depois seguirem para outro», começou por contar, explicando depois o impacto que tal situação teve na sua carreira:
«Isso prejudicou-me muito a nível desportivo, joguei pouco porque rescindiram comigo logo depois de eu ter chegado. Tanto essa experiência como a que estive em Chipre foram muito más e estragaram o meu percurso desportivo. Passei mal e ainda estou a viver as consequências disso- estou sem clube. Olhando para o meu passado recente, não tive jogos durante duas temporadas consecutivas porque os interesses desportivos não estavam à frente.»
Se a experiência em Israel não foi positiva, em Chipre as coisas não correram muito melhor...
«Depois de Israel fui para Chipre a pensar que ia abrir mercado, fui a pensar no APOEL ou no Omonia. São equipas que habitualmente vão à Europa e que têm visibilidade. No entanto, voltei a encontrar uma gestão que não se entende. Tivemos oito treinadores numa temporada [no Karmiotissa Polemidion], a cada mês e meio tínhamos um treinador novo. Por mais que tentasse treinar bem, passado pouco tempo vinha um treinador novo e o problema é que jogavam sempre os mesmos. Depois também rescindiram comigo, mas de uma forma agressiva. Fecharam-me num espaço com seguranças e disseram-me "Ou assinas ou não assinas...". Assinei e depois só consegui ganhar o que era legalmente possível na FIFA. Depois ainda fui à 1ª Liga da Polónia outra vez a pensar que iria conseguir alinhar a minha carreira outra vez, mas tem sido um percurso de altos e baixos», vincou.
Apesar de todos estes imbróglios, Tomás Podstawski diz estar pronto para agarrar um novo desafio, isto na medida em que tem vindo a trabalhar com duas empresas especializadas em treino de atletas de alta competição.