
Francisco Neto, selecionador de Portugal, fez este domingo a antevisão do encontro com Itália, da 2.ª jornada do Grupo B do Europeu feminino, sem esquecer o contexto da última derrota com Espanha (0-5), com o futebol português e mundial de luto pela morte de Diogo Jota, vítima de um acidente rodoviário, na madrugada de quinta-feira.
«É inegável, e não é desculpa, nunca foi nem nunca será, mas não se ultrapassa uma tragédia daquelas em um dia ou em dois dias, mesmo para nós é algo que nos entristece, é impossível, e todos os dias continuam a sair notícias do Diogo e do André, perdurará sempre nas nossas memórias», começou por dizer.
«Estamos com uma ferida ainda aberta e não temos palavras mais uma vez. Se para nós custa, quanto mais deve estar a custar à família e estaremos sempre com eles nos nossos pensamentos durante os próximos tempos», prosseguiu.
«Mas vamos tentar olhar para isso como uma força extra e tentar honrar aquilo que era o Diogo, aquilo que era a resiliência, a forma de trabalhar quando jogava pela Seleção, a paixão, e que ele nos sirva também de exemplo para amanhã voltarmos a ter a nossa solidez, a nossa entrega, a nossa vontade, que também era muito aquilo que caracterizava o Diogo», sublinhou.
Confrontado com o facto de Portugal ter marcado apenas três golos e sofrido 21 na Liga das Nações e no primeiro jogo deste Europeu, em que foi goleada pela Espanha (0-5), Francisco Neto não escondeu alguma preocupação: «É impossível ganhar jogos sem se marcar, é impossível competir sem sofrer tanto, temos de ser mais equilibrados. Temos de crescer nesses dois momentos do jogo, não só na organização defensiva como também na ofensiva. Defensivamente temos de ser mais sólidos e mais capazes de fechar espaços aos adversários, temos trabalhado muito esse aspecto e esperamos que amanhã apareça a nossa melhor versão para voltarmos a ser uma equipa que sempre fomos: sólidos.»
Quanto à exigência que a seleção italiana vai impor a Portugal, o treinador foi claro: «É uma equipa que tem alternado muito a estrutura de como joga, apesar de ter muitas vezes os mesmos princípios dependendo das jogadoras que tem em campo altera a estrutura, mas tem uma matriz bem definida, é equipa que previligia muito o jogo interior num primeiro momento, através da solicitação das suas avançadas, com as jogadoras a baixar entrelinhas para tabelar com as médias, explorando as alas para cruzamentos levando a bola ao último terço, muito agressivas, com jogadoras muito evoluídas e com muita experiência, colocam sempre muita gente na área no momento da finalização. Tem de ser a melhor versão de Portugal, é essa a nossa ambição, o grupo quer muito fazer as coisas bem para, amanhã, darem um passo em frente e orgulhar os portugueses.»
Notícia atualizada às 16h24.