
Gonzalo García, técnico que foi despedido do comando do Arouca após uma dezena de jogos no clube, logo no início da época, concedeu uma entrevista a um jornalista croata, a quem apresentou os seus motivos para não ter vingado no emblema português. De acordo com o uruguaio, de 41 anos, uma das razões foi a falta de sintonia com o diretor-desportivo, Joel Pinho.
"Os resultados não foram os que esperava, mesmo que o clube mantivesse a mesma posição. Provavelmente, as minhas expectativas eram diferentes. O que aconteceu é que não tive a ligação correta com as pessoas que tomavam as decisões, como o filho do dono do clube, um rapaz novo, o diretor-desportivo que controlava muitas coisas. Digamos que não houve um clique em coisas que eram importantes na construção da equipa. Por exemplo, para jogar como eu gosto de jogar, tu precisas de muita velocidade nas alas. Não consegui contratar os jogadores que desejava para isso. Não estou a querer dizer com isto que o treinador é que tem de contratar os jogadores, mas é importante que o treinador esteja envolvido na escolha do perfil dos jogadores. Se queres algumas características em determinadas posições, elas têm de surgir, caso contrário tens de te adaptar, e isso faz parte do trabalho, mas se as coisas não acontecerem é mais difícil.", revelou Gonzalo García, entendendo que outra razão para não ter obtido bons resultados no Arouca foi a falta de acerto da equipa na concretização em vários jogos.
"Acho que jogámos bem, mas não finalizámos os jogos como devíamos, devo dizer. Tínhamos posse de bola, mas não éramos perigosos o suficiente para criarmos mais danos nos adversários. Faltava alguma coisa. Foi um curto período, mas uma boa experiência, mesmo assim. Estava convencido de que se continuasse os resultados iam acabar por aparecer. Tínhamos muito a melhorar, mas a equipa não estava a jogar mal. Em muitos jogos até fomos melhores do que os adversários, mas não ganhámos. Mas foi uma experiência em que aprendi", referiu o uruguaio, que não conseguiu melhor do que três vitórias em dez jogos, um deles para a Taça de Portugal.
Ao cabo de nove jornadas no campeonato, Gonzalo García deixou a equipa do Arouca em 14.º lugar, com sete pontos. Neste momento, o técnico uruguaio comanda o NK Istra, da Croácia.