
Portugal defronta a Espanha, esta terça-feira, na quarta jornada da UEFA Women's Nations League. O selecionador nacional, Francisco Neto, fez a antevisão da partida, esta segunda-feira, no Estádio dos Balaídos, em Vigo.
Francisco Neto em discurso direto
Transição do primeiro para o segundo jogo: «Somos sempre muito objetivos e claros com as jogadoras. Elas sabem como analisamos os adversários e a nossa própria equipa. Elas são as primeiras a querer saber e a reconhecer, muitas das vezes, no que se sentiram mais e menos confortáveis. Houve momentos do jogo onde conseguimos criar incómodo na Espanha. Não foi durante tanto tempo como achamos que tem que ser para estarmos ao nível e nos aproximarmos ainda mais, mas temos de ser mais consistentes nestas ações que consideramos fundamentais para jogar a Liga A e, ao mesmo tempo, não permitir que equipas tão poderosas nos criem tanto dano e desgaste. Houve momentos em que, através da nossa organização, conseguimos resolver os problemas e houve momentos em que foi a partir da solidariedade, que será sempre importante. É o nosso ADN e valorizamos muito isso, mas é neste equilíbrio que se cria alguma fadiga que temos de ter cuidado na gestão do jogo.»
Crescimento: «A ideia é continuar a crescer. Sabemos que em jogos deste nível, temos que ter a humildade de perceber que a nossa estratégia vai variar durante o jogo. Há momentos em que conseguimos pressionar alto, há momentos em que não conseguimos porque a Espanha nos empurra para trás, momentos em que vamos conseguir ter bola, outros em que não vamos. Temos que ser melhores e conseguir incomodar mais vezes a Espanha e não permitir que elas tenham tanto protagonismo. Sabemos que não é com três dias de trabalho, não é num processo de recuperação. O espaço entre os dois jogos é, sobretudo, para recuperar. Sabemos onde queremos estar, temos consciência de onde estamos e qual é o nosso potencial. Acredito muito nesta equipa, temos ainda potencial para crescer. Leva o seu tempo, não é à velocidade que nós gostamos, mas é neste equilíbrio emocional que temos de crescer. Saber para onde queremos ir, conscientes do nosso objetivo e crescer de jogo a jogo.»
Recuperação: «Estamos a tentar recuperar as jogadoras. É normal que a fadiga seja maior quando não tens a bola durante a maior parte do jogo. Acreditamos muito nas nossas jogadoras e na capacidade do nosso departamento médico. Teremos de estar a 100 por cento para fazer um bom jogo.
Em três dias, o que fazemos é recuperar as jogadoras que tiveram mais minutos e tentar acrescentar algo a quem não jogou tanto. Para além disso, muito trabalho de vídeo para que as jogadoras tenham consciência do que foi o jogo. Acreditamos que a Espanha vai aparecer com uma estratégia muito parecida ao último encontro e tentámos estar um pouco mais preparados para isso.»
Variabilidade na estrutura: «Valorizamos muito a capacidade das nossas jogadoras e a inteligência delas para perceberem o que queremos. Mantivemos o mesmo princípio de jogo, mas mudámos a estrutura tática. Se manténs o princípio de jogo, podes mudar a estrutura como quiseres. A estrutura só te dá uma ocupação de espaço dentro do campo. Por isso é tão fácil para nós mudar. Temos jogadoras inteligentes, que trabalham connosco há muitos anos, e isso facilita-nos o trabalho.»