
A Fórmula 1 está de regresso e viaja, entre hoje e domingo, até às montanhas da Estíria para a 11.ª ronda do Campeonato Mundial de 2025, o Grande Prémio da Áustria. A ação invade a pista do Red Bull Ring, em Spielberg, um dos circuitos mais compactos e imprevisíveis do calendário.
Situado a quase 700 metros de altitude, o traçado tem uma extensão de 4,318 quilómetros e, apesar de possuir apenas 10 curvas, inclui três zonas de DRS (Drag Reduction System), particularmente eficazes nas travagens para as curvas 1 e 3. A corrida de domingo será disputada ao longo de 71 voltas.
O que esperar do Red Bull Ring
Apesar da curta dimensão, o circuito austríaco exige precisão milimétrica e oferece muito pouca margem para erros. Com a Red Bull a correr em casa e a discussão do título ao rubro, este promete ser um fim de semana de luta intensa pelos lugares cimeiros.
Spielberg é uma pista onde a concentração vale tanto quanto a velocidade. O traçado rápido, as ultrapassagens na zona de subida e a permanente ameaça de penalizações por limites de pista mantêm pilotos e equipas sob constante pressão.
A edição de 2023 ficou marcada por um número recorde de penalizações por violação dos limites de pista — mais de 120 infrações foram registadas, o que provocou críticas generalizadas de equipas e pilotos. Em resposta, a organização do circuito executou, no ano passado, diversas alterações: foi removida parte da escapatória em asfalto nas curvas 9 e 10 (as mais críticas), substituída por uma faixa de relva artificial, e o posicionamento dos sensores de limites de pista foi revisto.
Com um layout onde milésimos de segundo podem fazer a diferença, a afinação dos monolugares, a gestão da temperatura dos pneus e a capacidade de respeitar os limites físicos e regulamentares do traçado serão determinantes.
Em que horários se realiza o GP da Áustria?
Sexta-feira, 27 de junho
- Treinos Livres 1 (FP1): 12:30-13:30
- Treinos Livres 2 (FP2): 16:00-17:00
Sábado, 28 de junho
- Treinos Livres 3 (FP3): 11:30-12:30
- Qualificação: 15:00-16:00
Domingo, 29 de junho
- Corrida: 14:00
(Horário de Portugal Continental)
Do nostálgico Österreichring à ‘casa’ da Red Bull
O Grande Prémio da Áustria faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 1970, então disputado no desafiante Österreichring, um circuito que, décadas mais tarde e após uma profunda transformação, tornou-se no que hoje conhecemos como Red Bull Ring.
Numa história com décadas e, apesar das prolongadas ausências do calendário - entre 1988 e 1996 e de 2004 a 2013 - , não faltam momentos marcantes nas corridas disputadas em solo austríaco.
Até ao último (centésimo de) segundo
Em 1982, numa das chegadas mais renhidas da história, o italiano Elio de Angelis bateu o finlandês Keke Rosberg por apenas cinco centésimos (!) de segundo.
Um segundo lugar que não comprometeu a conquista do Mundial de pilotos - o único da carreira - pelo piloto da Williams e pai de Nico Rosberg.
Häkkinen e o porquê da alcunha “The Flying Finn”
Dezassete anos depois, em 1999, foi a vez de outro finlandês - o mais bem sucedido entre os seus compatriotas na história da Fórmula 1 - protagonizar uma recuperação épica: depois de um erro na primeira volta, Mika Häkkinen recuperou do último lugar até ao pódio. Viria a sagrar-se bicampeão mundial.
Verstappen, Leclerc e um pequeno “inchident”
Mais recentemente, em 2019, não faltou polémica no duelo entre Max Verstappen e Charles Leclerc. Na fase final da corrida, depois de o piloto da Red Bull ter logrado uma recuperação impressionante desde a oitava posição na grelha até à vice-liderança, ultrapassou o monegasco da Ferrari a cinco voltas do fim, numa manobra agressiva na curva 3 em que os dois carros se tocaram e Leclerc saiu de pista.
A manobra foi investigada pelos comissários, o que gerou tensão após a corrida. A Scuderia exigia uma penalização para Verstappen, argumentando que Leclerc foi empurrado para fora dos limites da pista. Após várias horas de deliberação, a FIA acabou por confirmar a vitória do neerlandês - a primeira da Honda na era híbrida - numa das corridas mais emocionantes da temporada.
Quem venceu no ano passado?
A edição de 2024 ficou incontornavelmente marcada por um incidente entre Lando Norris e… Max Verstappen, na curva 3, que obrigou o piloto britânico a abandonar.
O grande beneficiado foi George Russell, que assumiu a liderança após o toque entre os dois da frente e conquistou a primeira vitória da Mercedes desde novembro de 2022.
Oscar Piastri (McLaren) e Carlos Sainz (Ferrari) completaram o pódio
Quem lidera o Campeonato de Pilotos e Construtores?
Com dez corridas já disputadas, Oscar Piastri lidera o Mundial de Pilotos com 198 pontos, mais 22 que o colega de equipa Lando Norris. A correr na sua segunda casa (depois de Zandvoort), Max Verstappen soma 155 pontos e quererá recuperar terreno na luta pelo ‘penta’.
No Mundial de Construtores, a McLaren mantém a dianteira com 374 pontos e uma vantagem muito folgada para Mercedes (199) e Ferrari (183).