
O rigor britânico de Ian Cathro fá-lo manter o foco e a vontade de "continuar a melhorar" até ao último minuto da Liga Betclic, pelo que esse será mais uma vez o pensamento para a partida de domingo em Moreira de Cónegos.
"Temos que mostrar no primeiro minuto a nossa intenção, que é continuar a melhorar. Procurar ser melhores todos os dias e em todos os jogos. Temos que garantir que entramos bem, com a nossa intenção de continuar a melhorar e mostrar a nossa ideia de futebol, a nossa fome de competir, de jogar e de ganhar. A partir daí o jogo vai ter uma história própria", destacou o técnico dos canarinhos, este sábado, no lançamento do embate frente ao Moreirense.
Apesar do desafio não poder provocar grandes alterações na classificação de ambas as formações, que se encontram tranquilas a meio da tabela - embora com os canarinhos, no 9.º lugar, a terem mais seis pontos que os cónegos, 10.º classificados, Cathro não espera facilidades ante a turma minhota.
"Não tenho dúvidas nenhumas que este jogo vai ter a mesma competitividade, a mesma dificuldade, como se fosse em outubro e não sabemos se estamos a lutar por isto, aquilo ou outro. Porque quando olho para a equipa do Moreirense, para os jogadores, treinador e [restante] equipa técnica, acho que são pessoas competitivas. Vamos ter um jogo muito difícil contra uma equipa que talvez esteja num momento diferente, um pouco mais estável, no processo defensivo uma equipa muito sólida, que sabe pressionar e tem jogadores que conseguem ligar para sair rápidos em transições. Temos que estar muito atentos a esse momento do jogo", acrescentou.
E prosseguiu reforçando que a turma da Amoreira "ainda tem muito em jogo": "Talvez de fora e até culturalmente, neste campeonato ou estás a lutar pela manutenção, ou estás a lutar pela Europa e tudo lá no meio é pouca coisa. Eu não vivo assim. Não estou dentro deste tipo de visão. Como não sou assim, como nós não somos assim e como não vemos as coisas dessa maneira e temos os nossos objetivos, que há vários, nem consigo pensar dessa forma [que já não há muito em jogo neste confronto]. Vamos com a mesma intenção, intensidade e motivação de todos os dias".
Por outro lado, questionado se vê este Moreirense, com processos semelhantes ao Boavista de Cristiano Bacci, o técnico escocês foi perentório: "O treinador fez um trabalho super interessante no Boavista, sempre uma equipa muito bem preparada e muito competitiva por isso vejo as dificuldades que vamos ter".
Sobre a possibilidade de dar mais tempo de jogo a alguns jogadores menos utilizados, o britânico esclareceu: "Temos vários jogadores que podiam ter mais minutos? A resposta é sim. Muitas vezes, tocam-me no Rafik, que tem algumas qualidades que são mais únicas, um bocado diferenciado. Temos outro caso, do jovem Fabrício que também tem coisas mais diferenciadas. Estamos a falar de dois jogadores muito diferentes mas, que cada um deles traz claras vantagens. Posso continuar a dar outros nomes mas, jogamos com onze... vão haver sempre jogadores que talvez devessem ter mais minutos em campo. No entanto, o mais importante, sem querer fugir à questão, é como o grupo trabalha todos os dias e como é a relação entre eles, o entendimento, o esforço que eles fazem para proteger e ajudar a equipa em todos os momentos. Se estão dentro, no banco ou fora, se vão entrar, se vão sair, se estão convocados, se não estão convocados, essa vida interna que temos dentro do grupo e do balneário, é a parte mais importante. Só posso dizer que temos um grupo com quem gosto tanto de trabalhar, pela qualidade que mostram como jogadores e também como pessoas".
Questionado se tem receio de perder alguns jogadores, que têm sido importantes esta época, como é o caso de Wagner Pina, o treinador de 38 anos foi taxativo: "Não tenho medo de nada e queremos crescer dentro deste projeto. Não sou burro, obviamente, todos os clubes têm que fazer dinheiro mas, não tem que ser todos os anos. Estamos a tentar construir um Estoril diferente e este Estoril diferente ainda está em obras. Quando estamos em obras não podes perder as coisas todas, por isso estou muito motivado para continuar algo que ainda não acabou. A construção deste Estoril diferente está em construção, não vamos parar de construir para vender as peças todas. Estamos em construção, temos que ir para a frente".
Para finalizar, Cathro reforçou a mentalidade "ganhadora" e que apesar da porta não estar fechada a nenhum jogador do projeto canarinho, é preciso merecer a "oportunidade".
"Vamos viver no presente e não vou dar prendas a ninguém. Este é um clube que vai sempre valorizar e dar oportunidade aos jovens jogadores que estão a crescer no projeto do clube mas, eles têm que merecer, têm que trabalhar muito para merecerem essa oportunidade, porque não vou dar prendas a ninguém e não vou abrir espaços para dar momentos bonitos. Queremos ganhar! Queremos ganhar hoje e amanhã, queremos ganhar amanhã! Vamos viver assim e eles têm que ter essa mentalidade. Não há prendas para ninguém, têm que trabalhar e quem está, está e vamos todos juntos para ganhar. Depois, é outro dia, passa a ser um novo hoje e vamos tentar ganhar naquele dia também e vai ser isso até ao fim", rematou.
Recorde-se que Xeka e Jandro Orellana, lesionados, são as duas baixas no xadrez do técnico escocês para o jogo de domingo, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, que terá o seu início às 18h00, com arbitragem a cargo de Miguel Fonseca da associação de futebol do Porto.