
Os 448 jogos disputados ao serviço de Hellas Verona, Inter, Parma, Fiorentina e Génova entre 1998 e 2013 fazem de Sebastien Frey um dos dez guarda-redes com mais partidas na Serie A.
Entre uma extensa lista de companheiros de equipa, que incluem os lusos Miguel Veloso e Marco Caneir,a e de adversários ilustres como Luís Figo, o antigo guardião francês destaca Ronaldo Fenómeno como o melhor jogador com quem partilhou relvado: «O meu filho cresceu com Messi e Cristiano Ronaldo, mas o Ronaldo era o Michael Jordan do futebol.»
Após ter ficado maravilhado com Ronaldo no Inter em 2000/2001, Frey voltou a ser surpreendido por um avançado brasileiro dois anos depois no Parma: «Não sei quantos eram melhores do que o Adriano naquela altura. É um gigante gentil feito de barro. A morte do pai destruiu o seu equilíbrio.»
Ameaçado por um vírus, salvo pelo budismo
Quatro anos depois de ter terminado a carreira no Bursaspor em 2015, Frey enfrentou um adversário muito mais perigoso do que qualquer ponta de lança: «Em 2019, contraí uma doença autoimune. Tossia, tinha febre e as pernas paralisaram. Nessa altura, escrevi o meu testamento! Durante um mês, não consegui andar, mas depois o meu corpo criou anticorpos.»
O antigo internacional francês atribui o mérito da recuperação ao budismo. O antigo guarda-redes francês revelou que se converteu à religião em 2011, inspirado por Roberto Baggio: «Não desisti quando quase morri. Lutei e rezei, o budismo salvou-me.»
Amor à Fiorentina resiste a tudo
Apesar de ter vencido a Taça de Itália, único título da carreira, pelo Parma em 2001/02, Frey destacou as seis temporadas ao serviço da Fiorentina, entre 2005 e 2011. O guardião francês admitiu ainda que foi sondado pela Juventus, mas que recusaria sempre sair para os bianconeri: «Não podia manchar uma história de amor mudando-me da Fiorentina para Turim. Os adeptos odiar-me-iam para sempre.»
O pouco amor de Sebastian Frey pela Juventus remonta a 2005/06, quando terminou a época em janeiro, depois de sofrer uma lesão contra os bianconeri, numa derrota por 1-4: «Foi a pior lesão de sempre. Uma entrada absurda do Zalayeta, que nunca se desculpou! Dois anos depois, ele também se lesionou. Karma. O budismo ensinou-me isso. Agora consigo gerir a minha raiva e as minhas emoções.»
O antigo guardião gaulês revelou ainda que escapou ao ataque terrorista de 2016 em Nice, pois perdeu o voo que o transportaria até à Riviera francesa.