Luís Freire foi oficialmente apresentado como o novo treinador do Vitória SC. O técnico é o sucessor de Daniel Sousa, que teve uma fugaz passagem pelo banco dos Conquistadores, e foi apresentado no auditório do Estádio D. Afonso Henriques, ao lado do presidente do clube, António Miguel Cardoso.
Nas primeiras declarações como o novo timoneiro vitoriano, o terceiro esta temporada, Freire mostrou-se orgulhoso por ter a oportunidade de representar o emblema da Cidade Berço. O treinador falou ainda sobre os objetivos até ao final da temporada e sobre as possíveis - ou não - alterações a fazer na forma de jogar da equipa.
Luís Freire em discurso direto
Sentimento por estar no Vitória SC: «É um orgulho muito grande servir o Vitória. Podem contar com o máximo de compromisso e trabalho. A minha carreira foi pautada assim. Também dizer que a maneira de retribuir esta confiança da administração é perceber que uma equipa técnica não faz nada sozinha. Somos pessoas que vêm para tentar ajudar, mas sabemos que sozinhos não somos ninguém.
Tive a oportunidade de conhecer muita gente da estrutura do Vitória e já percebi o valor e competência que têm, a capacidade que têm de querer apresentar trabalho e receber bem. Fui muito bem recebido e recebi com alegria e satisfação este convite. Não é sozinhos que vamos fazer nada, temos que estar todos juntos, todos os departamentos e temos de ter a força da natureza que são os adeptos vitorianos. Temos muito caminho para fazer juntos, vamos precisar de toda a gente. Somos pessoas de trabalho, sérias, e queremos atingir os objetivos todos juntos.»
Objetivos: «Os objetivos são os do Vitória. É importante recuperar terreno no campeonato, recuperar as nossas posições nos cinco primeiros lugares. Temos a segunda volta, estamos com uma distância de seis pontos e queremos esses lugares. Temos de arrepiar caminho e meter mãos à obra. Precisamos de toda a gente junta, unida. Vamos ter momentos em que essa força da natureza que são os adeptos nos vai ajudar imenso e nós, enquanto equipa, vamos ter de ser também uma força da natureza. Os lugares cimeiros estão na nossa cabeça e queremos dar continuidade a uma excelente Conference League que está a ser feita pelo clube. Temos a ambição de jogar com brio nos olhos e continuar a entrar na história do Vitória.»
Perigos de alterar a estrutura nesta fase: «Temos de perceber que é um novo ciclo que se inicia hoje. Cada treinador tem a sua mentalidade e a sua personalidade. É um novo ciclo, os objetivos estão em cima da mesa e são mais importantes do que o Luís ou qualquer um. Estou cá para fazer o melhor para a equipa vencer jogos.
Não vou revelar se vamos mexer ou não vamos mexer assim tanto. Os primeiros a saber já foram os membros da administração, mas os jogadores têm de ser dos primeiros a saber e vão ser dos primeiros a saber. Temos jogo sábado e eu não vou revelar se vamos mexer ou não. Quem acompanhou o nosso trajeto sabe que as nossas equipas são equipas que, independentemente da forma como estão posicionadas, procuram o domínio do jogo. Já jogámos para ser campeões, ainda que noutras divisões.
Estávamos à procura de um projeto que nos permitisse ser essa equipa ofensiva, agressiva, reativa à perda. Queremos tentar incutir também esse domínio no nosso jogo. Queremos jogar bem e ganhar, mas quando não for possível jogar bem e ganhar, temos que ganhar. Aqui, no Vitória, temos que ganhar. Quando as coisas não estiverem a sair, temos de ser humildes, trabalhadores e disciplinados. Os pontos ganham-se de muitas formas e feitios. Mais do que o sistema e o posicionamento, estas caraterísticas têm que estar presentes.»
Críticas dos adeptos à forma de jogar: «Talvez não me conheçam assim tão bem, na minha opinião. A minha carreira foi feita com cinco campeonatos ganhos nas várias divisões e sete subidas de divisão. Cheguei à I Liga e tive a oportunidade de trabalhar em clubes com ambição e qualidade, aos quais estou extremamente agradecido pelas oportunidades que me deram. Estou habituado na minha carreira a jogar para ganhar independentemente do sistema, até porque já joguei com três centrais e com dois centrais, já joguei de várias maneiras e feitios. Tenho 13 anos de carreira. Isso para mim não é tema. Não é no início que os adeptos têm de estar conquistados, mas no fim. Tenho trabalho para fazer e é no fim que têm de estar contentes connosco e com a equipa. Vamos ter a oportunidade de mostrar trabalho e o nosso entendimento do jogo. Acho que eles vão perceber e a gente precisa muito deles.»