O selecionador Paulo Pereira reconheceu, esta quinta-feira, que a sensação de Portugal poder chegar a uma medalha no Mundial de andebol, em Oslo, é ótima, mas o foco está no jogo das meias-finais com a tricampeã mundial e campeã olímpica Dinamarca.
«Só pensamos na Dinamarca, não pensamos muito no que fizemos até agora, porque, de certa forma, é perder tempo. Estamos orgulhosos, vivemos um momento impar do andebol português, vale o que vale, mas ainda temos a oportunidade de fazer um bocadinho melhor», começou por referir Paulo Pereira à agência Lusa.
O treinador nacional considerou que a Seleção nada tem a perder na semifinal de sexta-feira com a Dinamarca, na Unity Arena, em Oslo, enquanto a equipa nórdica poderá estar mais pressionada e nervosa pelo facto de ser amplamente favorita.
O treinador que levou a Seleção à histórica presença no top 4 do Mundial, com a possibilidade de lutar pelas medalhas em aberto, melhorando o 10.º lugar da edição Egipto-2021, disse que a planificação do encontro está em curso e que Portugal sabe os aspetos a explorar.
«Sabemos perfeitamente onde estão os fatores que nos podem conduzir a ser mais competitivos [no jogo com a Dinamarca]. Se os fizermos bem, vamos poder ser mais competitivos e, se assim for, é possível vencê-los», adiantou.
O treinador destacou também a «força extra» que a equipa consegue obter para encontrar soluções e ultrapassar contrariedades, que têm surgido aos mais variados níveis, e o enorme sentido de compromisso e entreajuda entre todos os elementos.
No seu entender, são estes os argumentos que têm feito de Portugal «uma formação competitiva e com capacidade para superar dificuldades» e a próxima dá pelo nome de Dinamarca, tricampeã mundial e campeã olímpica em Paris-2024.
A Seleção tem um saldo negativo com a Dinamarca de seis derrotas em seis jogos, a última por 37-27, na fase preliminar do Euro2024, que terminou com ambos os conjuntos a avançar para a Ronda Principal.
Portugal chega como outsider invicto às meias-finais - juntamente com três campeões mundiais -, superando algumas seleções crónicas candidatas, como: Suécia, Espanha, Alemanha e Noruega, e o desempenho de alto nível dos heróis do mar tem colocado o andebol na ordem do dia.
Paulo Pereira gostava que esta onda fosse aproveitada «para, de uma vez por todas, que o país entendesse que o desporto, tal como os nórdicos já entenderam há muitos anos, é uma parte importante da vida social, económica e da saúde».
«Espero que isto que estamos a fazer sirva para, de uma forma definitiva, que todos entendam que o desporto tem que ter um espaço diferente, tal como a cultura, e não se pode dizer que não é importante», concluiu.
Portugal e Dinamarca defrontam-se sexta-feira na luta pela final de domingo, igualmente a realizar na Unity Arena. A outra meia-final será decidida entre Croácia e Dinamarca.