
Pela pena de Cândido de Oliveira, um dos fundadores de A BOLA, a manchete de 5 de julho de 1954 fez-se com a «sensacional vitória da Alemanha no Campeonato do Mundo», na Suíça.
Vitória por 3-2 dos germânicos sobre a Hungria, a «maravilhosa máquina húngara que emperrou diante do mau tempo». Comandada por Puskás, a seleção magiar encantava nessa década de 50 do século passado. Na fase de grupos da competição, só para se perceber o poderio que ostentava, tinha despachado os alemães por incrível... 8-3, demonstração de força que adivinhava passeio naquele Mundial de 1954.
Puro engano. Nesse encontro da final, destacava mestre Cândido, «Puskás, inferiorizado e alvo de marcação severa, não se destacou». Nem ele nem Sándor Kocsis, o melhor marcador da prova, total de 11 golos. Na primeira página, nota ainda para a passagem do Brasil por Portugal na viagem de regresso a Terras de Vera Cruz. Os brasileiros tinham sido uma das vítimas da Hungria, derrotados nos quartos de final, por 2-4.