Nuno Lobo, candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, voltou a desafiar Pedro Proença para um debate. O presidente da AF Lisboa, que se encontra na Madeira a apresentar a candidatura e foi recebido pelo presidente da associação local Rui Marote, assegurou que "não está refém de ninguém" e provocou mesmo o homólogo da Liga. "Não tenha medo de vir debater comigo o programa de cada um. No continente parece que têm medo de debater comigo, pode ser que com o vosso repto, ele venha aqui à Madeira debater comigo os nossos projetos para a federação", afirmou.

Foram abordados vários temas, como o eventual apoio de Nacional e Marítimo, que não é garantido, e aí Lobo voltou a 'atacar'. "Ao contrário de outros players do futebol português, não venho pedir o voto diretamente aos clubes nem publicito as conversas. Apenas vim apresentar o programa, troquei ideias e recolhi muita informação do que não conhecia. Peço apenas que conheçam os programas, vejam o que melhor satisfaz os interesses dos clubes da Madeira e não tenho dúvidas de que o programa que melhor defende o futebol regional da Madeira é o meu, não só porque tem pessoas da Madeira nos órgãos de decisão, ao contrário da outra candidatura, mas porque o meu programa assenta no regionalismo do futebol", explicou.

A questão do 'handicap' das viagens, que também afeta os clubes dos Açores nas competições nacionais, também não foi esquecida. "Esse é um problema que debatemos há 13 anos. Há a questão da insularidade, que todos nós sabemos que não quer dizer que os clubes da Madeira ou dos Açores tenham de ser beneficiados em relação aos outros, mas têm que ter outras vantagens, outros apoios, não só financeiros mas estruturais e funcionais. Não há dúvida de que os clubes da Madeira têm mais dificuldades no âmbito das competições, sobretudo das nacionais, do que os clubes do continente. Têm de ser privilegiados e não tenho problema nenhum em dizê-lo", rematou, deixando claro que quer "descentralizar" e trazer a Seleção Nacional à Madeira.

O representante da AFL não terá o apoio de Benfica e Sporting, mas lembrou o passado, deixando claro que, caso vença as eleições, defenderá todos os clubes, mesmo so que não o apoiaram. "Em 2011 candidatei-me sem o apoio de Benfica e Sporting, sem o apoio do Belenenses e do Atlético, sem o apoio de todos os clubes profissionais de Lisboa e ganhei as eleições. No dia a seguir fui o primeiro defensor de Benfica, Sporting, Oriental, Atlético... Obviamente que gostaria de ter o apoio de todos, gostava de ganhar as eleições com 100%, mas se não me apoiarem não deixarei de, no dia a seguir, ser o maior defensor", garantiu.