
A época vai longa, o desgaste é grande, os plantéis podem não ter a profundidade que porventura deveriam ter… Tudo isto é compreensível. Mas, ainda assim, não justifica que o futebol que se praticou no Municipal de Arouca tenha sido tão nivelado por baixo. O (mau) espetáculo a que se assistiu na Serra da Freita deu toda a ideia de que o campeonato já tinha terminado. Mas não. E ainda faltam 180 minutos. Que os dois últimos jogos sejam melhores para (e de) ambos os clubes.
E com esta introdução já se percebeu que o nulo só poderá ter surpreendido quem não tenha assistido ao duelo. Os lobos foram (ligeiramente) melhores na primeira parte, mas apenas Brian Mansilla ficou verdadeiramente perto do golo, com um chapéu que saiu a rasar o poste esquerdo da baliza de Patrick Sequeira (9’). Alfonso Trezza também tentou de longe (10’ e 12’), mas o avançado fez o mesmo que o seu compatriota: atirou ao lado.
Os gansos, honra lhes seja feita, estiveram sempre organizados, mas demasiado curtos. As transições quase nunca saíram a preceito e apenas através de um cruzamento longo de Larrazabal houve sinal de (relativo) perigo, com José Fonte a cabecear por cima (25’). O experiente defesa-central, de resto, voltou a estar em foco ainda antes do intervalo, mas pelos piores motivos: foi expulso. A entrada sobre Dylan Nandín valeu-lhe, numa primeira instância, o cartão amarelo, mas, depois de alertado pelo VAR, Iancu Vasilica foi ver as imagens do lance e decidiu reverter a decisão e mostrar o cartão vermelho ao antigo internacional luso, campeão da Europa por Portugal em 2016.
Esperava-se uma etapa complementar enérgica dos arouquenses, com aceleração de processos que permitissem a chegada à vantagem (e à vitória), mas… não aconteceu. Houve vontade, sim, mas uma desinspiração total. Apenas Morlaye Sylla (71’) e Henrique Araújo (86’) ousaram desafiar a lógica, ambos sem sucesso.
E o golpe de teatro poderia ter surgido no último suspiro, não fosse o tiro de Larrazabal sido devolvido pela barra (90+8’) – depois do apito final, houve confusão no relvado e Alfonso Trezza e Iyad Mohamed foram expulsos.
O empate é, ainda assim, histórico para o Casa Pia: o emblema lisboeta chegou aos 42 pontos, nova marca do clube na elite do futebol nacional.
As notas dos jogadores do Arouca:
João Valido (5), Alex Pinto (5), Boris Popovic (5), Jose Fontán (5), Weverson (5), Pedro Santos (5), Taichi Fukui (5), Brian Mansilla (5), Alfonso Trezza (5), Morlaye Sylla (6), Dylan Nandín (5), Jason Remeseiro (5), Henrique Araújo (5), Miguel Puche (5) e Guven Yalcin (5)
As notas dos jogadores do Casa Pia:
Patrick Sequeira (6), André Geraldes (5), José Fonte (4), Leonardo Lelo (5), Larrazabal (6), Andrian Kraev (5), Iyad Mohamed (5), Fahem Benaissa (5), Pablo Roberto (5), Cassiano (5), Cauê dos Santos (4), João Goulart (5), Henrique Pereira (5), Tiago Dias (-) e Max Svensson (-)
As reações dos treinadores:
Vasco Seabra (Arouca)
Tenho muito orgulho dos meus jogadores. Mas custa-me chegar a esta fase da época e que se promova muito pouco. O jogo merecia outra dimensão. Houve uma única equipa que quis ganhar. É esta a imagem que queremos do futebol português?
Alexandre Santana (adjunto do Casa Pia)
Claro que queríamos a vitória, mas as contingências do jogo levaram-nos para este resultado. Foi uma segunda parte de guerreiros, de alma, em busca do que queríamos. Estamos muito felizes pela melhor pontuação de sempre do Casa Pia na Liga.
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Notícia atualizada às 21h16