
Daniel Podence partilhou o balneário do Wolverhampton com Diogo Jota e esta manhã, no dia do funeral do amigo tragicamente falecido quinta-feira, num acidente de viação, juntamente com o irmão, deixou uma sentida mensagem nas redes sociais, com uma foto de ambos num jogo dos wolves.
Leia a mensagem na íntegra:
"Esta é talvez a imagem que mais nos caracteriza: a rivalidade do nosso futebol.
E por nosso futebol refiro-me a pessoas como nós, eu e tu, que sendo colegas de equipa passando todos os dias um com o outro, partilhando balneário, viagens, estágios (que bom eras no wherewolfs). acordam todos os dias para superar o outro, para bater o outro em qualquer coisa que seja, um dia podia ser o futvólei e no seguinte podia ser finalização. E no outro seguinte uma simples disputa de bola (eu não queria disputar bolas contigo para ser sincero). Colegas esses que dão o máximo em cada coisa que lhes seja proposta (tu mais ainda pela garra e força que tinhas) de modo a ter um lugar no 11 ao fim de semana.
Mas falando de rivalidade é justo dizer que quando cheguei ao Wolves, tu eras a figura! Não só um jogador que dava tudo em campo, como marcava golos como ninguém. Para não falar do homem que eras fora do campo, ainda com cara de miúdo. Na verdade, no Wolves, sempre serás uma lenda depois do que fizeste com aquela camisola e pelos adeptos. A tua humildade e garra viam-se em cada gesto e cada lance.
Só que no nosso futebol há uma coisa ainda maior que tudo o resto: o respeito.
De volta à imagem: tu sais e eu entro. parece irónico mas a casa onde vivi os meus bonitos anos em Inglaterra, foste tu que ma deste. A mobília, que tu me pediste umas quantas libras por ela (porque não havia mão de vaca como tu), ainda hoje a tenho... aquele quarto que tu dizias que era para a PlayStation, fiz dele um escritório (obviamente). Estive 3 anos a ouvir o Dave dizer que sentia a tua falta na equipa e mal de nós por pensarmos que estavas longe só por teres ido para Liverpool.
Entre isso tudo, a tua estreia pela Seleção. Que tive a sorte de ver bem de perto. Já bem depois de um bonito percurso nos sub-21. Demorou mas chegou, porque sempre acreditaste e nunca paraste de trabalhar! Aquele golo no Luxemburgo que era tão característico teu, mas tinhas o maior de todos os tempos no caminho e apenas ficaste com a assistência (aquela azia boa com que ficaste)."