A eliminação do Boca Juniors no Mundial de Clubes não foi propriamente uma surpresa, especialmente tendo em conta que o empate frente ao Benfica acabou por ser o resultado mais positivo na competição, mas foi, certamente, embaraçosa.

A precisar de uma vitória para manter as esperanças de apuramento, os argentinos não conseguiram vencer s semi-profissional Auckland City. Os desafiantes da Nova Zelândia conseguiram um empate memorável de 1-1 que eliminou o Boca.

Contudo, os sul-americanos podem consolar-se com o facto de que os campeões da Oceânia foram, eles próprios, humilhados, pouco antes do torneio nos EUA, por uma equipa quase exclusivamente composta por argentinos!

Há quinze dias, uma colónia argentina numa pequena ilha no Golfo de Hauraki conseguiu o que o Boca não conseguiu no Mundial de Clubes: venceram o Auckland City.

O Waiheke United, um clube que joga na quarta divisão da Nova Zelândia, visitou Auckland a 14 de junho na Taça de Chatham - o equivalente do país a uma competição nacional de taça. Na primeira ronda de jogo único, o Waiheke surpreendeu Auckland com uma vitória por 2-1, eliminando os seus anfitriões.

Para adicionar algum contexto, o Waiheke foi ajudado pelo facto de o Auckland ter dado a estreia a 13 jogadores jovens, dado que a equipa principal estava a preparar-se para este Mundial... mas ainda assim, foi uma espécie de vitória contra todas as expectativas.

Fundado em 1987, o Waiheke United começou a atrair imigrantes argentinos que vieram para o país trabalhar e queriam jogar futebol competitivo nos seus tempos livres. Nos últimos anos, o Waiheke adotou plenamente a sua herança sul-americana e, notavelmente, nove dos 11 titulares do clube contra o Auckland City nasceram na Argentina, com outro jogador originário do Uruguai.

É possível que a legião de jogadores argentinos do Waiheke esteja a celebrar o facto de terem triunfado onde o poderoso Boca falhou!