
Andrzej Juskowiak, possante atacante polaco que brilhou em Alvalade de 1992 a 1995 — com 31 golos em 87 jogos oficiais — não esquece os duelos que travou com as águias e em especial com Michel Preud'homme, guarda-redes belga que se impôs na Luz. Em entrevista a A BOLA, o antigo internacional polaco, conta alguns episódios curiosos em vésperas de dérbi.
«Éramos rivais e amigos. Recordo-me que um dia me pediu ajuda para fazer mudanças em casa e eu, na brincadeira, pedi-lhe ajuda para lhe marcar um golo [risos]. É bom existir essa boa disposição antes dos jogos, porque depois é mais complicado. O dérbi é sempre um jogo especial, independentemente do momento da equipa e dos jogadores. Quando se está no balneário sentimos logo um ambiente diferente dos outros jogos», lembra o polaco, hoje com 54 anos, deixando um aviso a todos os jogadores. É preciso moderar a entrega num jogo de máxima intensidade...
«Tem de se ter cuidado para não se exagerar muito na atitude, no querer dar mais do que o normal. O equilíbrio emocional num dérbi é fundamental e é aí que entram os mais velhos, mais experientes e o treinador. Essa concentração competitiva conta mais do que o momento das equipas», diz.
Num dérbi há pouco espaço para os avançados, mas ele numa ação, sozinho, pode marcar. Nos jogos 50/50, se o Sporting precisar de 1 por cento, essa percentagem tem a cabeça e pés de Gyokeres
«Gyokeres é complicado para qualquer defesa do mundo»
Existem todos esses fatores e depois existe... Gyokeres. O sueco é nome do momento no futebol europeu e toda a influência do nórdico não deixa Juskowiak indiferente. O polaco há muito que está rendido...
«Já mostrou em jogos, até desta grandeza, que é decisivo. Mesmo quando a equipa não está a criar. Tem o dom de transformar um jogo fácil. Marca sem precisar de cruzamentos, de estar a 5 ou 10 metros da baliza. Pega na bola e pode driblar, aproveita um erro de um central mal posicionado, nunca se sabe. Aproveita situações que estão a acontecer para marcar. Isso é complicado para todos os defesas do mundo», disse o antigo atacante, que vai mais longe.
«Num dérbi há pouco espaço para os avançados, mas ele numa ação, sozinho, pode marcar. Nos jogos 50/50, se o Sporting precisar de 1 por cento, essa percentagem tem a cabeça e pés de Gyokeres. Explodi com o golo de Eduardo Quaresma [com o Gil Vicente] e isso provou que a equipa tem outros jogadores que aparecem no momento certo», finaliza.