Tadej Pogacar mostrou-se tranquilo no dia de folga do Tour e até parou para beber um café depois da saída com a equipa. A estrela do ciclismo mundial brincou, ao mesmo tempo que deixou um recado à organização da 112.ª edição da Grande Boucle e fez questão de voltar a enaltecer João Almeida. «O único ponto negativo foi o abandono de Almeida», disse hoje o esloveno, grande favorito à vitória final e, com isso, conquistar pela quarta vez o Tour, depois de 2020, 2021 e 2024.

Pogacar não esqueceu o esforço de João Almeida, apontado como peça chave para o seu sucesso na Volta a França, e com o qual já não vai poder contra, depois do português ter desistido após uma queda que o deixou com várias lesões. «Não consigo imaginar continuar a correr com uma costela partida! Fiquei muito feliz quando acabou, porque os primeiros nove dias foram incrivelmente agitados. Já esperávamos isso, mas estou contente por termos passado incólumes, tirando o João Almeida, claro. Depois da queda, mostrou o seu enorme espírito de luta ao completar mais duas etapas. Não consigo imaginar continuar com uma costela partida e outras lesões. É incrivelmente triste que ele tenha tido de abandonar a corrida. Havia um ambiente muito bom e fantástico, e o João também estava muito ansioso pelas próximas semanas do Tour, para defendermos a camisola amarela», contou o esloveno.

A Visma Lease a Bike cancelou a conferência que estava prevista para hoje, para o dia de descanso, alegando que os seus corredores precisavam de descansar, mesmo que Vingegaard tenha explicado sorridente que estava bem fisicamente e as suas pernas em grande forma, depois da 10.ª etapa que se realizou ontem.

Cansado também disse estar Pogi, mas das viagens. «Esta edição do Tour está a deixar-me velho, porque não tenho tempo para me barbear, temos tantos transfers! São duas horas de autocarro antes partida, mas três depois da chegada... Se calhar é melhor levar o kit de higiene para o autocarros nos próximos dias», atirou o corredor da UAE Emirates.

O Tour é a mais mediática prova do Mundo de ciclismo e se alguns criticam esta mobilidade permanente, outros recordam que é também espetáculo que deve ser lucrativo e que envolve muitos interesses, inclusive das equipas. E, até ao momento, é precisamente a UAE Emirates quem mais amealhou tendo já somado, mais de 51 mil euros em prémios após os 10 primeiros dias de prova. Recorde-se que cada vitória na etapa vale 11 mil euros, o segundo lugar 5.500 e o 3.º recebe 2.800.