
Portugal foi 16.º e último classificado no Campeonato da Europa Masculino Amador por Equipas, a competição da Associação Europeia de Golfe (EGA), organizada pela Golf Ireland, no Killarney Golf & Fishing Club, na Irlanda.
O campo de Par-72 é deslumbrante e famoso. Insere-se no Killarney National Park, nas margens do lago (Lough) Leane, com vistas para as montanhas McGillicuddy Reeks. Abriu em 1893, acolheu por seis vezes o histórico Open da Irlanda e tinha recebido este Europeu há exatamente 50 anos. A Irlanda não era anfitriã da prova desde 1997.
Dois anos depois do grande apuramento da seleção nacional amadora masculina para a primeira divisão do Europeu, deu-se agora a relegação para a segunda divisão em 2026.
Já no ano passado, em Itália, a formação lusa era considerada a grande candidata à despromoção, mas uma prestação bem positiva permitiu um 13.º posto entre 16 equipas, garantindo a manutenção para 2025.
Tal como no ano passado, a seleção foi liderada pelo profissional Gonçalo Pinto, o selecionador nacional adjunto da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) e treinador privado de alguns dos melhores jogadores portugueses, entre os quais Ricardo Melo Gouveia.
A comitiva integrou este ano uma novidade, Daniel Caixeiro, um conceituado 'caddie', com reconhecidos méritos na gestão do jogo e dos campos, que acompanhou alguns dos melhores profissionais portugueses como Ricardo Santos e Tomás Bessa em torneios de circuitos profissionais europeus.
Portugal alinhou com João Miguel Pereira e João Teixeira e Costa (Aroeira), Pedro Cruz Silva (Miramar), Miguel Azevedo Cardoso (Oporto), José Miguel Franco de Sousa (Estoril) e Francisco Matos Coelho (Vilamoura). Kiko Coelho, João Costa e Pedro Cruz são estudantes e jogadores em universidades norte-americanas e há outros jogadores a estudarem em universidades portuguesas.
A grande novidade deste ano foi José Miguel Franco de Sousa, que fez a sua estreia na primeira divisão, embora já tivesse jogado na segunda divisão em 2023 na Eslováquia. Todos os outros foram repetentes. Pedro Cruz, ex-bicampeão nacional amador, é o mais internacional português na prova, tendo sido esta a sua quinta participação na primeira divisão do Europeu.
Pedro Cruz integrou, aliás, a equipa que em 2021 foi 12.ª classificada (entre 13 países). Portugal foi 12.º em seis ocasiões: 1999 (Itália), 2003 (Países Baixos), 2007 (Escócia), 2008 (Itália), 2010 (Suécia) e 2021 (Espanha).
Deveremos, contudo, considerar que os 13.º's lugares em 2024 (Itália) e em 2013 (Dinamarca) foram igualmente classificações relevantes, por serem em anos com 16 países em jogo.
A título de curiosidade, recorde-se que, em 2013, a superequipa de Ricardo Melo Gouveia, Pedro Figueiredo, Gonçalo Pinto, José Maria Jóia, João Carlota e Gonçalo Costa terminou a primeira fase no 8.º lugar, mas acabou por não ir para o 'Flight-A' e foi relegado para o 'Flight-B' (que venceu) por ter empatado com a Áustria, tendo o sistema de desempate levado os austríacos ao grupo principal.
Também este ano o 42.º European Amateur Team Championship, na Irlanda, contou com 16 países: Portugal, Irlanda, Alemanha, Chéquia, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Inglaterra, Islândia, Itália, Países Baixos, Polónia, Suécia e Suíça.
Nos dois primeiros dias jogou-se em 'stroke play' (pancadas), sendo contabilizados para a prestação de cada equipa os cinco melhores resultados individuais entre um total de seis jogadores de cada país.
A segunda fase, em 'match play' (confronto direto), colocou as nações que ocuparem as oito primeiras posições a defrontarem-se para a atribuição do título e para definir a classificação entre o 1.º e o 8.º lugar. Os restantes oito países integraram um segundo grupo para definir a classificação entre os 9.º e 16.º lugares.
Na primeira fase, Portugal foi logo remetido para o 'Flight-B' (segundo grupo), ao terminar no 15.º e penúltimo lugar, com 726 pancadas, 6 acima do Par, após jornadas de 366 e 360.
O ainda campeão nacional amador - que defende o título esta semana no Montado - este em grande plano, ao alcançar o 22.º lugar entre 96 jogadores, com 140 pancadas, 4 abaixo do Par, após voltas de 71 e 69, empatado com outros três jogadores. Também Kiko Coelho esteve bem, com o seu 26.º posto empatado (-3).
Francisco Matos Coelho tinha sido o único português presente no Campeonato da Europa Individual Amador Masculino, que este ano decorreu no Vasatorps Golfklubb, nos arredores de Helsinborg (Suécia). Kiko foi 61.º (empatado com outros quatro jogadores), entre 144 participantes. Falhou o cut para a última volta por 1 única pancada, totalizando na Suécia 225 (76+71+78), +9.
Mas, voltando ao Europeu por Equipas, na Irlanda, Portugal sofreu três derrotas seguidas na segunda fase, o que ditou o tal 16.º e último lugar: 4,5-0,5 com a Espanha, que não conseguiu defender o título de 2024; 3-2 com a Islândia e 4-1 com a Chéquia.
Só com a Islândia houve reais hipóteses de uma vitória, como explicou o 'press officer' da FPG, José Manuel Castro Martins: "Foi muito equilibrado, de tal forma que, no buraco 18 do derradeiro duelo de singulares, o resultado era de 2,5-2,5. Defrontavam-se Francisco Matos Coelho e Tomas Eriksson Hjaltested, que empataram o 19º buraco. Mas no 20º Kiko não conseguiu evitar o triunfo do seu opositor".
Castro Martins também elucidou que o ponto português frente à Chéquia resultou de dois empates, mas um desses duelos nem se realizou: "O 'match' entre Miguel Cardoso e Filip Jakubcik foi por acordo entre os capitães. O outro 0,5 ponto foi alcançado por João Miguel Pereira, frente a Timotej Formanek".
João Pereira foi, aliás, a grande figura portuguesa na segunda fase, da qual saiu invicto, registando uma vitória e dois empates. Nos dias anteriores tinha empatado com o espanhol Sergio Jiménez e derrotara o islandês Velgar Heidarsson por 4/3.
O 42.º Campeonato da Europa Masculino Amador por Equipas foi conquistado pela Itália, ao bater na final a Dinamarca, de forma enfática, por 6-1. Nos dias anteriores os 'azzurri' tinham arrasado a Dinamarca por 6,5-0-5, e mesmo a poderosa Inglaterra vergou-se nas meias-finais por esclarecedores 5,5-1,5.
Itália tinha terminado a primeira fase no 4.º lugar (-24), tendo Inglaterra ocupado o topo da classificação (-44). Foram também dois ingleses os melhores jogadores individuais: Tyler Weaver (-12) e Charlie Forster (-11).
Foi o segundo título de Itália, depois do alcançado em 1999 em Monticello, quando jogava em casa. Individualmente, por quatro vezes Itália venceu o Europeu, em 1992 (Massimo Scarpa), 2015 (Stefano Mazzoli), 2016 (Luca Cianchetti) e 2022 (Filippo Celli).