Depois de seis anos no Barcelona, Rakitic decidiu regressar ao Sevilha, no verão de 2020, por quem já tinha jogado entre 2011 e 2014, e por lá ficou mais outros três anos e meio. No entanto, o croata saiu do clube em janeiro de 2024 e revelou, em entrevista à Marca, que tudo foi por causa da chegada de um ex-treinador do Benfica, Quique Flores.

O espanhol chegou em dezembro de 2023 e acabou por sair no final dessa temporada, mas o experiente médio rapidamente percebeu que não se identificava com o técnico, que exigiu a sua saída do clube: «Não, a ideia não foi minha, mas às vezes é preciso compreender o momento. Não me relacionei com o treinador e não se tratava de jogar ou não. Simplesmente, o que eu via como branco ele via como preto e vice-versa. Estava em casa, no sítio mais bonito do mundo, mas há que estabelecer prioridades e, para mim, essas serão sempre o Sevilha. Não há ninguém que possa lutar contra o escudo. Não posso pedir a um presidente que vá contra um treinador. Tive de me afastar e isso é ótimo.»

O atleta de 36 anos queria terminar a carreira na equipa da La Liga, mas isso não foi possível: «Era essa a minha ideia. Disse ao presidente que podia contar comigo durante os anos que fossem precisos: 1, 2 ou 5. Queria jogar pelo Sevilha, mas às vezes acontecem coisas assim. Fomos do mais baixo ao mais alto com o Mendilibar [conquista da Liga Europa] e foi uma pena não ter conseguido manter isso ao longo do tempo, mas o importante é o Sevilha, não o Ivan Rakitic

Por isso, o jogador foi para a Arábia Saudita, onde ficou durante seis meses, antes de regressar ao seu país, e foi treinado por um português, Vítor Pereira, agora no Wolverhampton: «Fomos para a Arábia com a ideia de procurar algo novo, diferente, e de repente surgiu a oportunidade de vir para a Croácia pela primeira vez na minha carreira. Discuti o assunto com a minha mulher e pensámos que era agora ou nunca. Queríamos conhecer a Croácia por dentro e eu estava ansioso por jogar no Hajduk, até porque o meu melhor amigo é de Split e sempre me disse… ‘Por favor, um dia, se tiveres oportunidade, tens de vir’. Lembro-me de quando lhe telefonei para lhe dizer que havia uma opção e ele começou a chorar. A verdade é que, até não ter estado lá dentro, não me tinha apercebido da grandeza do Hajduk. Acertámos a 100%. Não só com a equipa, mas também com a cidade.»

Em solo croata, Rakitic está a ser treinado por Gattuso, uma personalidade completamente oposta a Quique Flores, e tem um objetivo claro para o seu fim de carreira: «O treinador é fantástico. Raramente tive uma ligação tão forte com um treinador. Ele sabe que ambos viemos para cá para ganhar, mas, acima de tudo, para ajudar a equipa a crescer, a cidade... tenho companheiros de equipa que são 19-20 anos mais novos do que eu. Eu poderia ser o pai deles. Gattuso é a pessoa mais importante da equipa e todos nós o seguimos, gosto de cada treino como uma criança. Por muito ou pouco que tenha ganho, quero continuar a somar e a incutir o gene da vitória no clube. Não é possível que o Hajduk não seja campeão há tantos anos, temos de mudar a história.»