
Babatunde Akinsola. Tunde para o mundo do futebol. O nome já é complicado de pronunciar e então se for dito à velocidade que o nigeriano aplica em cada ação, então pode passar mesmo a ser impossível. Porque foi em excesso de velocidade que fugiu a tudo e todos para emergir na primeira mão desta eliminatória.
Pouco (ou nada…) fazia prever o que aconteceu na etapa complementar. O Aves SAD terminou o campeonato em grandes dificuldades – de tal forma que não conseguiu a permanência direta e foi obrigado a disputar este play-off -, o Vizela concluiu o seu (brilhante) percurso na Liga 2 a lamentar o facto de não ter ficado nos dois primeiros lugares. Mas se o estado anímico das duas equipas podia ser diferente – os minhotos ainda não tinham perdido com Fábio Pereira ao leme (14 vitórias e seis empates) -, o duelo da Vila das Aves não deu razão a essa tese. Porque o equilíbrio foi a nota dominante na primeira parte, mas com os avenses a superiorizarem-se (de forma clara!) nos segundos 45 minutos.
Quem ousaria dizer, ao intervalo, que um dos conjuntos iria ganhar por 3-0? Nem o mais otimista dos adeptos de qualquer um dos clubes, acreditamos. Porque até ao descanso, talvez o medo de perder tenha justificado a pouca ousadia. O duelo foi entretido, houve baliza(s), mas os artistas (ainda) não estavam inspirados.
Porém, após o regresso dos balneários havia uma seta indicadora do desequilíbrio: Tunde. Já depois de Gustavo Assunção abrir o ativo, de penálti – falta de João Reis sobre Zé Luís -, o extremo nigeriano não deu tréguas e começou a correr desalmadamente como se o mundo estivesse para acabar.
Aos 67 minutos, deu de avanço a Jota Gonçalves, irrompeu pela área e bateu inapelavelmente Miguel Ángel Morro. De seguida (70’), e ainda com os adversários a recuperarem o fôlego, o jovem africano voltou a ligar o turbo, desta feita sem bola, e acompanhou, pela zona central, uma investida de Rafael Rodrigues pela esquerda. Após o cruzamento do lateral emprestado pelo Benfica, Tunde aproveitou a enorme passividade de Rodrigo Ramos e, na cara do guarda-redes espanhol dos vizelenses, fechou as contas à lei da bala. Afinal, Tunde vale a pena quando a... velocidade não é pequena.
O Vizela ainda tentou reduzir para não ir com uma desvantagem tão pesada para a segunda mão, mas Vivaldo Semedo, Diogo Nascimento e Morschel não conseguiram bater Simão Bertelli. Os minhotos vão em linha… vermelha (e branca) para o duelo decisivo, no dia 1 de junho.
Em atualização
As notas dos jogadores do Aves SAD:
Simão Bertelli (6), Fernando Fonseca (6), Jorge Teixeira (6), Cristian Devenish (6), Rafael Rodrigues (6), Gustavo Assunção (7), Jaume Grau (5), Babatunde Akinsola (8), Lucas Piazon (6), John Mercado (6), Zé Luís (6), Nenê (5), Vasco Lopes (5), Eric Veiga (-), Rodrigo Ribeiro (-) e Aderllan Santos (5).
As notas dos jogadores do Vizela:
Miguel Ángel Morro (4), Rodrigo Ramos (4), Anthony Correia (5), Jota Gonçalves (4), João Reis (4), Morschel (6), Yannick Semedo (5), Diogo Nascimento (6), Damien Loppy (5), Vivaldo Semedo (5), Thio (4), Jójó (5), Busnic (5), Prosper Obah (5) e Petrov (-).