O Arouca regressa a casa na 23.ª jornada do campeonato após empatar em casa do Sporting e já há dois meses sem perder, estando, por isso, num registo oposto ao do adversário.

Para a Taça de Portugal o Farense eliminou o Arouca. O jogo de amanhã é uma oportunidade de vingança? No momento o Arouca está no seu melhor registo e o adversário no momento oposto, por isso, esta sequência atual poderá ter influência?
"Eu acho que é de desconfiar porque contrariamente àquilo que os resultados têm ditado, o Farense tem sido competente nos jogos. Ainda neste último jogo foi muito competente, intenso e agressivo e, portanto, sabemos que vamos ter aqui um adversário que está num momento difícil e, por isso, tem de jogar com tudo o que traz para sair da situação e, obviamente, temos de saber lidar com isso porque vai ser uma equipa que não vai dar nenhum duelo por vencido, não vai dar um metrinho de relva para correr porque tem de lutar pela vida. Temos de saber lidar com isso e sabemos que não podemos baixar um grau àquilo que temos vindo a fazer. Em relação ao jogo da Taça de Portugal foram momentos realmente distintos. Nós estávamos num início de processo e naquele momento… acho que são jogos distintos. Mais do que vingança ou qualquer sentimento que seja, é um sentimento de tentarmos prolongar esta série: são sete jogos invictos, queremos passar para oito e queremos passar para oito com uma vitória. Para isso temos de estar no nosso melhor patamar logo desde o início e, essencialmente, com um foco e uma concentração muito grandes porque vai ser um jogo que vai exigir de nós uma luta muito grande porque é um adversário que é, volto a reforçar, intenso, agressivo, muito capaz e sofre poucos golos. É também forte na transição e sabemos que vai dar tudo o que tem e temos de estar, no mínimo, a esse nível e depois metemos aquilo que também é a nossa qualidade no jogo."

O Arouca está a viver este bom momento e tem agora dois jogos em casa. Poderá ser mais um potenciador deste momento?
"Eu acho que tudo pode potenciar. A última vitória que tivemos foi fora, foi na Madeira, e, portanto, sentimos que seja em casa ou fora, nós temos de competir. A equipa tem vindo a competir, tem também vindo a produzir exibições de qualidade, temos conseguido fazer golos há muitos jogos seguidos e sempre a pontuar e também com um registo de vitórias bom neste ciclo de jogos a pontuar. Por isso, estamos tristes porque achávamos que nos últimos dois jogos poderíamos ter feito mais dois pontos em cada um deles, mas, ao mesmo tempo, ficamos orgulhosos da atitude e da postura da equipa e, portanto, é nisso que temos de nos centrar. Sabemos que é um jogo de cada vez e este é o jogo mais importante das nossas vidas porque é o próximo. Temos de nos entregar de alma e coração. Confio muito no plantel e na equipa e acho que estamos preparados, mas temos de responder a isso em campo."

Como o processo está a dar resultados, vai continuar a apostar nele, até porque a equipa joga de forma mais automatizada?
"Sim, as nossas intenções, apesar de termos variantes como tivemos no jogo em Alvalade, já que na parte final tivemos o Loum mais ali, mas por uma opção meramente estratégica porque estávamos a ter dificuldades em controlar o corredor lateral, é pontual, ou seja, é dentro da própria dinâmica da equipa. O essencial é que nós sentimos que esse processo e essa dinamização do jogo da equipa vai crescendo e nós temos de os acentuar. A forma como a equipa já consegue construir e desbloquear a pressão do adversário, seja quando nos pressionam com dois na frente ou com três na frente, seja com um adversário a ficar com uma linha de cinco ou uma linha de quatro, que tipos de comportamento é que a equipa acaba por ter para conseguir desmontar isso e atacar a profundidade criando mais situações de golo. Nós, felizmente, temos conseguido aumentar o número de oportunidades claras para fazermos golos e temos feito golos em todos os jogos, mas sentimos que ainda poderíamos fazer mais. Aumentamos também o nosso número de remates e de cruzamentos, ou seja, o que nos faz produzir mais capacidade ofensiva e temos conseguido estancar bastante o adversário. No jogo do Sporting estancamos menos do que aquilo que queríamos porque ainda permitimos mais remates do que aquilo que gostávamos de permitir, mas a verdade é que sentimos que a equipa está agressiva, está compacta, consegue pressionar contra diferentes construções, por isso, indo de encontro à questão, acho que temos de dar continuidade ao processo, sabendo que, nessa continuidade do processo, a atitude e a predisposição que metemos em tudo o que fazemos para competir é o que depois acaba por valorizar esse mesmo processo."

Olhando para o jogo com o Sporting, o Arouca esteve perto de vencer. Como é que a equipa reagiu a esse resultado e se o processo prevaleceu perante esse choque?
"Compreendo e foi até uma coisa que falamos entre nós. É muito bom quando conseguimos ir a Alvalade, ao campeão nacional, à equipa que está em 1.º lugar, e acabamos o jogo com um sentimento agridoce. Jogamos bem, competimos de forma muito acérrima no jogo e num estádio com um ambiente que catapultava o Sporting, que precisava dessa energia. Para além de competir, tivermos discernimento, criamos muitas ocasiões e no final do jogo estávamos tristes por não termos conseguido vencer. Isso valoriza ainda mais aquilo que é a competitividade interna e a sede que temos de vencer. Provavelmente não vamos conseguir ganhar sempre até ao final do campeonato, queremos muito que isso aconteça, mas é difícil [sorriso] que isso possa vir a acontecer, mas queremos que o espírito vencedor que temos seja sempre esse, independentemente do jogo dar-nos para coisas que acontecem nos últimos dez segundos, como foi aqui há dois jogos, onde dominamos o jogo e acabamos por sofrer um golo num lance individual de um jogador que nos retirou dois pontos. A mentalidade que temos para conquistar esses três pontos é que temos de manter e esse é foco que também temos no processo que fazemos e acreditamos que a partir daí vamos ganhar mais vezes."

O Mantl viu o quinto amarelo. Já há um escolhido para a baliza?
"Sim, confiamos muito e não tenho problemas em dizê-lo, é o João [Valido] que vai jogar amanhã. É perfeitamente tranquilo. Estamos perfeitamente à vontade com isso. Nova oportunidade, novo desafio, por isso, fantástico para o João [Valido] e para a equipa também", terminou.