"A desinformação vai, neste momento, muito além do jornalismo e exige mais do que o princípio do contraditório, princípio que a Lusa segue", justificou Luísa Meireles, em declarações à Lusa.

O novo serviço resulta de um trabalho jornalístico, com recurso a técnicas e ferramentas que "permitem detetar informações e imagens falsas e descontextualizadas, disseminadas por tecnologias cada vez mais sofisticadas que chegam a qualquer pessoa", acrescentou.

"Nesta altura é um dever de serviço público contribuir para esse esclarecimento que a direção de informação assume por inteiro", explicou Luísa Meireles.

O presidente do conselho de administração da agência, Joaquim Carreira, afirmou que a desinformação "é uma ameaça à estabilidade social e à saúde das instituições democráticas".

Por isso, "mais do que nunca, torna-se essencial o papel da Lusa, cujas raízes baseiam-se em valores de confiança e credibilidade para combater a propagação de desinformação", defendeu.

"Ao garantir e melhorar o rigor e a transparência na informação", a agência "reforça a confiança pública e contribui para que o debate democrático seja baseado em factos, beneficiando diretamente as instituições democráticas e a qualidade da participação cívica e contribuindo para uma maior inclusão na sociedade", conclui Joaquim Carreira.

O serviço vai chamar-se Lusa Verifica e a classificação adotada pela agência será "Verdadeiro", "Falso" ou "Verdadeiro, mas...", para os casos de descontextualização, aplicando-se à verificação de factos para declarações ou alegações de responsáveis, tanto nacionais como internacionais.

A Lusa junta-se, assim, a outras agências noticiosas que têm este tipo de serviço e vai iniciar a sua certificação na plataforma europeia de 'fact-checking' (EFSCN, sigla em inglês de European Fact-Checking Standards Network) https://efcsn.com/ e plataforma internacional -- IFCN- International Fact-Checking Network https://www.poynter.org/ifcn/.

A Lusa já tem uma página dedicada à atualidade sobre desinformação -- https://combatefakenews.lusa.pt/ -- e tem participado, desde 2024, num projeto do MediaLab do ISCTE na monitorização da desinformação durante a campanha eleitoral.

A agência pertence, igualmente, ao Iberifier, um projeto ibérico que visa combater a desinformação e integra mais de vinte centros de investigações e universidades, as duas agências de notícias de Portugal e Espanha (Lusa e EFE) e 'fact-checkers'.

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