O cantor e compositor angolano Bonga – José Adelino Barceló de Carvalho, de 82 anos, após longos anos de carreira quer dedicar mais tempo à vida pessoal.

Segundo o artista, que encerrou o palco do Kriol Jazz Festival (KJF) na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, chegou a altura de dedicar mais tempo à sua vida pessoal.

“Eu tenho uma carreira e, às vezes, nem tenho tempo para mim, o que é mau. Vou trabalhar, mas chega uma altura em que digo, ‘não quero ir ali, agora já não faço mais oito horas de voo, o avião chateia-me, estraga-me o look'”, referiu.

“Estar em sintonia com as coisas que fazem parte da raiz, isso é fundamental”, considerou o cantor.

No entanto, Bonga referiu que, embora a vida artística continue e as pessoas o solicitem constantemente, está agora numa fase em que prioriza o tempo pessoal. “Eu não posso fazer tudo. Estou numa fase em que gosto de comer o meu bom prato”, afirmou.

Bonga, segundo a Lusa, aproveitou ainda para expressar críticas à falta de reconhecimento das gerações que, na sua opinião, deram um grande contributo para a libertação e afirmação cultural dos países africanos.

“A geração do meu tempo, que a maior parte já morreu e morreu desiludida, penalizada, eu tenho a responsabilidade de trazer música e poesia que retrata a vivência dessas pessoas que deram um tremendo contributo e não foram nem tidos nem achados”, referiu.