Em 2024 foram celebrados 2,2 milhões de novos contratos de crédito com 1,7 milhões de pessoas, num valor total que ascendeu a 29 mil milhões de euros. 43% dos contratos envolveram jovens e 30% cidadãos estrangeiros.

Entre os créditos concedidos para habitação própria e permanente verificaram-se mais 32% do que em 2023, tendo-se registado 90 mil contratos novos.

Os dados são do Banco de Portugal que esta terça-feira publica uma radiografia sobre quem pede financiamento junto das instituições financeiras residentes por particulares, excluindo as transferências de crédito que podem ter acontecido entre instituições.

Os dados apurados dão nota de que face aos novos créditos concedidos, o número é semelhante (2,2 mil milhões) ao registado em 2023, mas em termos de montante verifica-se um crescimento de 26%. O Banco de Portugal, explica que "61 pessoas envolvidas nestes contratos eram trabalhadores por conta de outrem e 41% tinham um nível de escolaridade equivalente ao ensino secundário".

É ainda possível concluir que "o peso dos devedores estrangeiros no total de pessoas que obtiveram novos créditos voltou a subir, passando de 13%, em 2023, para 14% em 2024", e que nos últimos dois anos "metade daqueles devedores tinha nacionalidade brasileira".

Mais 2% de jovens entre os 18 e os 35 anos pedem crédito à habitação

Verificou-se um crescimento de 32% de 2023 para 2024 no número de novos contratos de crédito, ascendendo a 90 mil. Nestes estiveram envolvidas 138 mil pessoas, das quais 43% foram jovens entre os 18 e os 35 anos, o que ditou um aumento de 2%, apesar de, em 2024, só nas últimas semanas de dezembro ser possível pedir crédito para compra de casa ao abrigo do regime de garantia pública (havia sim benefícios ao nível do IMI)

Segundo o banco central liderado por Mário Centeno, "metade dos novos créditos à habitação própria permanente tinha valor igual ou inferior a 130 mil euros" e "dois terços desses novos créditos envolviam montantes entre os 50 mil e os 200 mil euros". Do total "apenas 5% superaram os 300 mil euros".

Foi também possível apurar que "80% das pessoas que obtiveram crédito à habitação trabalhavam por conta de outrem e 53% tinham um nível de escolaridade superior", assim como "18% residiam na Área Metropolitana do Porto e 22% na Grande Lisboa".

Para esta radiografia considerou-se não apenas o crédito para aquisição, mas também, construção ou realização de obras em imóveis utilizados como morada principal e habitual.

30% do crédito à habitação foi para estrangeiros

Já no que diz respeito ao financiamento de crédito à habitação, 30% dos devedores eram estrangeiros vindos do Brasil, EUA e de Angola (com maior incidência dos brasileiros (15%), seguida dos norte-americanos (14%) e dos angolanos (13%). Se atendermos aos estrangeiros residentes fora de Portugal a percentagem cai para 23%.

"Os devedores estrangeiros foram responsáveis por 45% do montante total do outro crédito à habitação contratado", mas em 2023, esta percentagem em termos de montante tinha sido maior: 50%.

Nesta análise engloba-se não só “outro crédito à habitação” os contratos de crédito para aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária, ou para arrendamento, bem como para aquisição de terrenos para construção de habitação".