De acordo com informações dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até maio atingiram 34,6 mil milhões de dólares (29,6 mil milhões de euros).

Este é o valor mais elevado para os primeiros cinco meses de um ano desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013.

Os dados divulgados revelam que a principal razão para o novo recorde foi Angola, cujas importações vindas da China subiram 72,6%, para 2,32 mil milhões de dólares (1,98 mil milhões de euros).

Ainda assim, e apesar de uma descida homóloga de 1,9%, o Brasil continua a ser de longe o maior comprador no bloco lusófono, com as mercadorias chinesas vindas da China a ficarem perto de 28 mil milhões de dólares (23,9 mil milhões de euros).

Em segundo na lista, à frente de Angola, vem Portugal, que comprou à China produtos no valor de 2,71 mil milhões de dólares (2,31 mil milhões de euros), mais 6,2% do que nos primeiros cinco meses de 2024.

Na direção oposta, as exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 18,5% entre janeiro e maio de 2025, em comparação com igual período do ano passado.

O bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 47,6 mil milhões de dólares (40,6 mil milhões de euros) para o mercado chinês, o valor mais baixo para os primeiros cinco meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid-19.

A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram mais de um quinto (21,3%) para 38,4 mil milhões de dólares (32,8 mil milhões de euros).

Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 3,5% para 6,91 mil milhões de dólares (5,91 mil milhões de euros).

Da mesma forma, as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 7,1%, para 1,15 mil milhões de dólares (986,3 milhões de euros).

Pelo contrário, as exportações de Moçambique subiram 12,2%, para 720 milhões de dólares (615 milhões de euros).

Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram mais de um quarto (26,7%), para 379,3 milhões de dólares (323,9 milhões de euros).

Quase todos os países de língua portuguesa viram as vendas de mercadorias para a China encolher nos primeiros cinco meses de 2025, incluindo Timor-Leste (menos 3,1%) e Cabo Verde (menos 82,5%).

Além de Moçambique, também São Tomé e Príncipe foi excepção, com exportações para o mercado chinês que mais do que quadruplicaram, mas sem ultrapassar 15 mil dólares (cerca de 12.800 euros). A Guiné-Bissau não vendeu quaisquer produtos à China.

A China registou um défice comercial de quase 13 mil milhões de dólares (11,1 mil milhões de euros) com o bloco lusófono entre janeiro e maio.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 82,1 mil milhões de dólares (70,2 mil milhões de euros), menos 11,1% do que no mesmo período do ano passado.

 

VQ // ANP

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