Numa carta aos acionistas, o presidente do Conselho de Administração do BBVA, Carlos Torres, quis realçar as vantagens de adquirir o rival Banco Sabadell, alegando que que se trata de uma “grande oportunidade” para todos os ‘stakeholders’ de ambas as empresas e também para a sociedade em geral. Mais ainda, Torres argumenta que a junção dos dois bancos vai permitir que atinjam objetivos que não poderiam alcançar separados.

A oferta pública de aquisição (OPA), lançada em maio do ano passado, está atualmente numa segunda fase de análise pela Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia, que decidiu fazer um escrutínio mais aprofundado à operação em novembro. O presidente do Conselho de Administração, citado pela agência Europa Press, defende que esta união entre “dois bancos grandes e altamente complementares” permite aos acionistas do BBVA capturar valor das sinergias esperadas e da revalorização do lucro por ação, explica.

O presidente do conselho revelou que estão a fazer progresso na obtenção das autorizações pendentes, referentes à OPA sobre o Sabadell. Aproveitou também para agradecer aos acionistas o “forte apoio” à oferta.

Torres destaca que esta operação com o Sabadell surge numa altura em que a Europa pretende acelerar o seu crescimento e fortalecer a sua competitividade e em que “a Comissão Europeia estima a necessidade de um investimento anual de mais de 700 mil milhões de euros para modernizar infraestruturas, promover transformação tecnológica e financiar a transição energética”. Por isto, os bancos europeus precisam de mais solidez, mais eficiência e a escala apropriada para canalizar” os investimentos.

Sobre os lucros a distribuir, Torres adianta que pretende manter a política de remuneração de acionistas, com o banco a distribuir 50% do seu lucro de 2024 este ano. Com o passar do tempo, pretende um aumento gradual a esta remuneração. Na reunião agendada para 21 de março, o dividendo proposto vai ser de 41 cêntimos por ação, o que vai acrescer ao dividendo de 29 cêntimos já distribuído em outubro, fazendo o total do ano chegar a 70 cêntimos por ação, mais 27% do que em 2023. No que toca à recompra de ações, vai ser levado a cabo nos próximos meses um programa de 993 milhões de euros.

Torres relembra que, desde 2021, o banco já distribuiu mais de 18 mil milhões de euros pelos acionistas, entre dividendos e recompras de ações, “algo que sinaliza o firme compromisso com a criação de valor e remuneração dos acionistas”, sublinha o presidente do conselho. Carlos Torres vai mais longe e aponta que, desde 2019, o valor do investimento dos acionistas já quadruplicou, o que fica acima dos concorrentes europeus, que multiplicaram o seu investimento por 2,7, e os concorrentes domésticos, que multiplicaram por 2,3.

Para o futuro, o banco pretende manter o compromisso com a sustentabilidade, o foco no crescimento “em todos os segmentos” e promover uma mentalidade de “criação de valor e capital”. A empresa quer também tirar o máximo de partido da inteligência artificial e da inovação.