
"Embora a inflação global esteja atualmente próxima da meta, a inflação dos serviços ainda tem um longo caminho a percorrer", afirmou hoje Lane numa conferência em Londres.
"Ainda assim, houve progressos suficientes na redução da inflação para a meta [de 2%] para considerar que este desafio à política monetária está praticamente concluído", acrescentou, citado pela Bloomberg.
Esta análise do BCE permite à instituição adiar novas reduções das taxas de juro diretoras, agora nos 2,0%, depois de oito reduções desde junho de 2024.
As perspetivas do organismo enfrentam, no entanto, riscos, dados os impactos das tarifas dos Estados Unidos da América e dos conflitos no Médio Oriente, sendo que as negociações entre o executivo norte-americano e a União Europeia (UE) têm um prazo de 09 de julho.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse na segunda-feira que com as taxas nos níveis atuais, o banco está numa boa posição para lidar com a incerteza, tendo reconhecido que as tensões no Médio Oriente são uma preocupação, dada a possibilidade de obstrução do abastecimento de energia e uma agitação dos preços.
Agora, Lane registou que a tarefa de desinflação foi substituída por um novo conjunto de desafios que deve assegurar que o objetivo a médio prazo está protegido de fatores que incluem "alta incerteza" sobre o futuro do comércio internacional, refere a Bloomberg.
"Acho que a volatilidade, em parte, está relacionada com a incerteza das políticas sobre o futuro do sistema comercial internacional", acrescentou, apontando para a possibilidade de um conjunto mais amplo de barreiras não tarifárias, um entrelaçamento mais profundo das políticas económicas e de segurança e possíveis revisões ao tratamento dos investidores estrangeiros.
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