Odemira destacou-se, em 2023, por ser o único município onde o rendimento líquido mediano por pessoa não aumentou, de acordo com os dados revelados nesta sexta-feira pelo INE. Nesta localidade, o valor teve uma quebra de 0,7%. O valor a nível nacional foi de 11446 euros, uma subida de 7,2% face ao ano anterior.

Segundo o INE, houve 71 municípios cuja rendimento líquido mediano superou a média nacional, com valores acima de 13 mil euros em Oeiras (15862 euros), Lisboa (14282 euros), Alcochete (13654 euros), Cascais (13406 euros), Coimbra (13241 euros), Porto Santo (13089 euros) e Évora (13003 euros). No fundo da tabela aparecem as sub-regiões do Alto Tâmega e Barroso, com 9449 euros, e do Tâmega e Sousa, que registou 9819 euros. O valor mediano mais baixo deu-se no município de Resende e rondou os 8000 euros.

Houve 137 municípios onde o crescimento do valor foi superior à média portuguesa. “Entre 2022 e 2023 houve um aumento da taxa de variação anual do valor mediano do rendimento em 66% dos municípios”, informa o Instituto Nacional de Estatística. Estes 66% referem-se a 197 dos 298 municípios sobre os quais havia dados disponíveis, esclarece.

Todos os municípios da Grande Lisboa e da Península de Setúbal ficaram acima da média, bem como 17 municípios do Centro, dez do Oeste e Vale do Tejo, oito do Alentejo, oito do Norte, seis da Região Autónoma dos Açores, três da Região Autónoma da Madeira e Faro, no Algarve. Do lado oposto, “evidenciou-se um conjunto de municípios sobretudo do interior na região Norte”, com valores abaixo de 10 mil euros, nota o INE.

Em termos de desigualdade, o INE revela que o coeficiente de Gini – indicador de desigualdade na distribuição de rendimentos – a nível nacional cifrou-se em 35,5%, onde 0% significaria que todas as pessoas têm um rendimento igual. Há, assim, uma ligeira redução da desigualdade em relação a 2022, ano em que este valor foi de 35,7%.

Entre as regiões com maior coeficiente de Gini estão tanto a Grande Lisboa (38,5%), onde o rendimento mediano é mais elevado, como o Alto Tâmega e Barroso (35,8%), onde se situa o rendimento mediano mais baixo. As regiões autónomas dos Açores (36,5%) e da Madeira (35,8%), bem como a Área Metropolitana do Porto (35,5%), estão também no topo das regiões mais desiguais. O Alentejo Central, por oposição, é onde o valor é mais baixo, situando-se em 30,6%.

A nível municipal, há um conjunto de locais onde este indicador supera os 40%. São eles: Lisboa (42,6%), Vila do Porto (42,5%), Porto (41,8%) e Cascais (40,2%). Os menores coeficientes de Gini registados são em Pampilhosa da Serra e Alandroal, ambos com 27,1%.