O Banco Português de Fomento (BPF), através do programa ‘Deal-by-Deal’, fez um investimento de 8 milhões de euros na SEAentia. Este é financiado pelo Fundo de Capitalização e Resiliência, no âmbito do PRR, e feito em parceria com a Indico Capital Partners. Acrescido o investimento dos parceiros, o total ascende a 11,5 milhões.

O objetivo deste investimento é “apoiar a construção da primeira unidade industrial do mundo dedicada à produção sustentável de corvina em sistema Recirculating Aquaculture System (RAS)”, em Peniche, ilustra o banco. Este é o “financiamento necessário para assegurar as fases iniciais das operações até que a produção alcance escala comercial, além de reforçar a investigação e desenvolvimento no setor da aquacultura sustentável”, explica o BPF em comunicado.

A ‘chief investment officer’ do BPF, Teresa Fiúza, salienta o investimento numa “startup portuguesa que está a redefinir o futuro da aquacultura sustentável” e numa unidade industrial que posiciona Portugal “na linha da frente da inovação na economia azul a nível global”. “Este projeto contribui para o reforço da competitividade nacional, dinamizando simultaneamente um setor estratégico para a sustentabilidade e segurança alimentar. Alinha-se, assim, com os princípios de uma economia mais verde e resiliente, assente na inovação, na tecnologia e na criação de valor duradouro”, reforça.

Por sua vez, o ‘managing general partner’ da Indico Capital Partners, Stephan de Moraes, refere que a empresa acredita que “o futuro da alimentação passa, inevitavelmente, pela aquacultura, e projetos como a SEAentia são a prova de que é possível combinar inovação, escala e uma sustentabilidade exemplar”.

Já o fundador da SEAentia, João Rito, destaca o investimento total angariado pela empresa para este projeto, que já ascende a 24 milhões, bem como todos os parceiros envolvidos, desde o IPMA e o Politécnico de Leiria, por exemplo. “A colaboração de todas as entidades envolvidas com a SEAentia demonstra que Portugal está na linha da frente em inocação empresarial para a economia azul”, elogia.

A SEAentia é uma ‘startup’ fundada em 2017 e que se especializa em aquacultura sustentável, explica o BPF, e tem foco na produção de corvina de alta qualidade. “Utiliza tecnologias inovadoras, como o RAS, combinadas com investigação científica, para garantir um processo produtivo eficiente, ecológico e economicamente viável”, descreve o banco.

A empresa desenvolve, desde 2021, um projeto-piloto em Peniche que “permitiu testar e otimizar o cultivo de corvina em ambiente controlado, identificar riscos e capacitar a sua equipa técnica. Atualmente, a infraestrutura existente é dedicada a atividades de investigação e desenvolvimento, em colaboração com entidades nacionais e internacionais”, refere o BPF.