O italiano UniCredit anunciou nesta segunda-feira um lucro trimestral recorde de 2,8 mil milhões de euros, mais 8,3% face ao mesmo período de 2024. O banco destaca os 6,5 mil milhões que obteve em receitas, com o ‘trading’ a atingir 641 milhões, um crescimento de mais de 100% em cadeia e 19,9% em termos homólogos. “Este resultado deveu-se em grande parte a uma atividade robusta dos clientes, especialmente na Alemanha, e ao resultado positivo da tesouraria e da carteira estratégica coberta”, justifica.

Sobre as possíveis aquisições do UniCredit, este refere apenas, em comunicado, que “o crescimento inorgânico traz possibilidades interessantes”, mas que apenas pretende avançar no caso de beneficiar as perspetivas do banco enquanto entidade individual e de todos os ‘stakeholders’. Este raciocínio continua em linha com o que o CEO, Andrea Orcel, já argumentou no passado, reiterando que não está disposto a fazer aquisições a qualquer custo.

Recorde-se que o UniCredit tem em andamento uma Oferta Pública de Aquisição sobre o rival doméstico BPM, aprovada pelo Banco Central Europeu e pelo governo italiano – ainda que este último tenha imposto condições que o banco já veio questionar. Paralelamente, a instituição aumentou a sua posição na seguradora Generali para 6,7% e no Commerzbank para 28%.

O banco atingiu um RoTE de 22%, mais 2,4 pontos percentuais do que no ano anterior, e um lucro por ação de 1,79 euros, mais 18,2% do que em março de 2024 – que a instituição destaca numa altura de queda das taxas de juro e consequente redução da margem financeira. Margem essa que ascendeu a 3,5 mil milhões de euros, uma quebra de 4,8% face a 2024. O UniCredit encaixou ainda 2,3 mil milhões em comissões – mais 8,2% do que no trimestre homólogo e uma subida de 16,5% em cadeia – e que representou 36% do total de receitas até março.

As despesas do UniCredit fixaram-se em 2,3 mil milhões, uma subida ligeira de 0,6% em termos homólogos. O banco sublinha o rácio de eficiência de 35,4%, que caracteriza como sendo dos melhores da indústria. Este valor é também o resultado de um esforço para otimizar operações e reduzir custos base enquanto se investe de forma estratégica, explica.

O segundo maior banco de Itália salienta a sua posição em termos de capital, com um rácio CET1 de 16,1% neste primeiro trimestre, mais 0,27 pontos percentuais do que nos três meses anteriores. O capital em excesso situa-se entre 8,5 mil milhões e 10 mil milhões, revela a instituição, para um rácio CET1 estimado entre 12,5% e 13%.

Em relação aos resultados esperados para o ano, o UniCredit atualizou as suas expectativas, contando agora atingir mais de 9,3 mil milhões de lucro em 2025, acompanhado de um RoTE superior a 17%. As receitas totais até ao fim do ano devem ficar em cerca de 23,5 mil milhões, avança o banco, que justifica esta estimativa com os resultados deste trimestre e o custo de risco reduzido. A instituição liderada por Andrea Orcel reafirma que mantém a meta de 10 mil milhões de lucro para 2027, também com um RoTE acima de 17%.