
"Pensámos que seria muito bom celebrar os 50 anos da independência de Cabo Verde e, para isso, decidimos organizar um concerto com a Orquestra e o coro Gulbenkian", afirmou à Lusa o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António Feijó, momentos antes do espetáculo que teve início às 21h00 de sexta-feira (23h00 em Lisboa), na cidade da Praia.
O responsável sublinhou que a fundação mantém uma relação próxima com Cabo Verde, que vai além da cultura, com apoios ao ensino da matemática em universidades, escolas secundárias e pós-graduações, bem como a projetos na área da oncologia e das artes.
"Queremos dizer aos cabo-verdianos que celebramos com eles esta data e que a nossa ligação vai manter-se", frisou, acrescentando que o programa é composto maioritariamente por música cabo-verdiana, interpretada com a participação do músico Mário Lúcio, que considera "excecional".
O concerto, que termina este sábado, dá seguimento a um projeto iniciado há três anos por iniciativa de Mário Lúcio, que além de músico, é pintor, poeta e foi ministro da Cultura de Cabo Verde.
"Estamos aqui a partilhar a música cabo-verdiana com a música erudita europeia, criando uma confluência cultural e sonora. Estamos todos muitos felizes em trazer este espetáculo", afirmou Mário Lúcio, durante o espetáculo.
A expectativa é de um "concerto memorável", que para muitos, foi a primeira experiência ao vivo com uma orquestra.
"É a primeira vez que assisto a um espetáculo assim. Quando vi o anúncio, interessei-me logo e trouxe o meu filho pequeno para ver como é na realidade", contou Nuno Ribeiro, que já conhecia o trabalho da Gulbenkian através de vídeos.
"Penso que vai acrescentar algo à música cabo-verdiana e levá-la para outro patamar. Torna-se mais conhecida, atrai outros públicos para a nossa cultura e desperta em nós a vontade de fazer mais", acrescentou.
Também para Rosa Pina, foi uma grande estreia: "Vim divertir-me, ver o concerto e experimentar pela primeira vez. Acho que iniciativas como esta devem continuar, para termos mais diversidade cultural".
O concerto, que termina este sábado, dá seguimento a um projeto iniciado há três anos por iniciativa de Mário Lúcio.
A estreia aconteceu em junho de 2022, com três concertos na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, e deu origem ao álbum 'Cretcheu', lançado no ano passado.
Fundados em 1964, o Coro e a Orquestra Gulbenkian são dois agrupamentos artísticos da Fundação Calouste Gulbenkian, com sede em Lisboa, e estão entre as principais instituições musicais de Portugal, tendo marcado presença em importantes festivais internacionais.