
A presidente da direção do Teatro Experimental Flaviense (TEF), Alexandrina Martins, disse à agência Lusa que, este ano, o festival, pioneiro na região, volta a explorar a ideia de interioridade e isolamento, "palavras-chaves abrangentes o suficiente" para caracterizar a região e incluir várias produções com as quais a organização se identifica, pelo contexto singular em que se insere, ainda que os conceitos transcendam a geografia.
"A interioridade não é, necessariamente, uma questão geográfica, também pode ser psicológica, tal como o isolamento, daí que a saúde mental tenha relevância no nosso festival. Ao mesmo tempo, queremos provar que, para cá das montanhas, também se fazem coisas boas. Tentamos, por um lado, promover o cinema e, por outro, promover o património, a gastronomia e a própria cidade (...)", explicou a responsável.
O festival Entre Curtas, que hoje é apresentado ao público, visa destacar as dinâmicas culturais e artísticas da região de Chaves, um território do norte do distrito de Vila Real que faz fronteira com a Galiza (Espanha), e quer promover a produção cinematográfica independente nas duas regiões.
O evento, organizado pelo TEF, com apoio de parceiros locais e de voluntários, volta a ter como palco o Cineteatro Bento Martins e prolonga-se por seis dias, mais dois que em 2024.
Nesta segunda edição, as categorias a concurso passam a ser quatro: "videoclipes" junta-se às competições nacional, internacional e ao Entr'Escolas, que inclui produções de jovens universitários de Portugal e da Galiza.
Alexandrina Martins adiantou que a gala de abertura do evento, agendada para 12 de maio, inclui a exibição de uma curta-metragem da autoria do realizador flaviense André Mergulhão.
O programa inclui, ainda, "algumas surpresas no âmbito musical", sessões de exibição por categorias e duas 'talks' (conversas), uma relacionada "com a partilha de experiências no âmbito de festivais de cinema internacional" e outra sobre o Plano Nacional de Cinema, pela relevância "do trabalho que tem sido desenvolvido dentro da comunidade escolar", realçou a responsável.
Sem detalhar o número exato, a presidente do TEF avançou à Lusa que haverá "mais curtas-metragens a concurso" do que em 2024, que contou com 28 produções de oito países, motivo pelo qual a organização espera "superar as expectativas e os visitantes do ano passado", depois de uma primeira edição "francamente positiva".
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