
Ainda que tenha conseguido alcançar o 'doce sabor' da maternidade em março deste ano, 2025, Angélica Jordão já havia estado grávida anteriormente, mas teve uma dura perda gestacional às 23 semanas.
À época, o processo dessa dor foi interrompido por um assalto no Porto: viu o carro onde seguia viagem para Fátima ser roubado e com isso ficou sem as cinzas da sua bebé, Lua.
E foi sobre isso mesmo que esteve à conversa com Júlia Pinheiro, na tarde desta terça-feira, 15 de julho. A irmã de Mel Jordão recordou o "horror" pelo qual passou há quatro anos, numa altura em que tinha "a cabeça numa lástima".
"Comecei logo aos gritos e fiz o vídeo, que não consigo ver. Foi complicado (...) [A intenção] era para levar [a urna] para o Dubai. Queria plantar algo, colocar lá as cinzas dela, algo de 'viver outra vez. Era o que eu queria fazer", começou por dizer, confessando que "perdeu a cabeça". "Fiquei tão perdida, tão chocada, tão em sofrimento. Faço logo na hora [um vídeo], não houve tempo para pensar", acrescentou.
Este desespero, que levou Angélica a pedir ajuda nas redes sociais, acabou por se tornar num verdadeiro "pesadelo macabro". Foi vítima de "brincadeiras de mau gosto", com tentativas de burlas, depois de oferecer recompensas monetárias a quem lhe devolvesse as cinzas da menina.
"Tive de aprender a lidar com a dor"
"Usaram isso, foi negativo. Chantagem, pedir dinheiro... (...) Fizeram photoshop. Eu acreditava, estava disponível", lamentou.
"Não me vejo a fazer isso a alguém, nunca! Eu acreditava em tudo o que me diziam, se me dissessem 'as cinzas da lua estão ali escondidas' e eu ia. (..) Fiquei com uma depressão, tremia muito, chorava... Andei uns bons tempos medicada até parar. Nunca mais tomei medicação e tive de aprender a lidar com a dor", explicou ainda Angélica Jordão.
Recorde-se que Lua perdeu a vida em 2021, após o Dia da Mãe. "Acho que nunca falei disto em público, ela tinha estenose no umbigo e o cordão umbilical muito espiralado, o sangue não chegava à placenta", revelou ainda a Júlia Pinheiro.