Esta não é uma partilha incomum de António Raminhos! O humorista recorreu neste sábado, 22 de março, às suas redes sociais para partilhar com toda a sua comunidade um desabafo sincero e impactante sobre a luta diária que trava contra a perturbação obsessivo-compulsiva (COP) e a ansiedade.

Num relato cru e repleto de honestidade, o comediante deu a saber que, recentemente, viveu dois episódios "intensos" que não só o levaram a recorrer ao uso de ansiolíticos como o fizeram ter uma "descarga" brutal de "adrenalina" que o levou a adormecer em pouco tempo.

"É uma merda. Não há outra maneira de dizer isto", começou por desabafar António Raminhos, expressando a sua frustração perante esta condição que enfrenta. De acordo com as suas palavras, o medo de contaminação, um dos sintomas da POC, voltou a ganhar força, levando-o a aumentar os rituais de limpeza, como "limpar demasiado as coisas, lavar as mãos mais do que é suposto", entre outros.

"O amor é tudo… e é nada" — A reflexão de António Raminhos no dia em que celebra 18 anos de casado


"Não sei porquê ou, se calhar, até sei. Porque, supostamente, está tudo bem. A vida segue tranquila. E estar tranquilo, por alguma razão na minha cabeça, é perigoso", continuou, dando a saber à sua comunidade que viveu "dois episódios tão intensos que no primeiro tive de tomar ansiolíticos e, no segundo, com a descarga de adrenalina" adormeceu em 20 minutos.

Depois, naturalmente, as emoções e questões acabam igualmente por 'assombrar' António Raminhos. "Vem a irritação, o porquê eu, porquê agora, porquê outra vez, porque é que não acaba, porquê… E é aqui que digo: para!", contou, explicando a metodologia a que recorre para ultrapassar estes pensamentos de "julgamento", de "autocomiseração" e que alimentam os "'e se…'".

Estes métodos foram, de acordo com o humorista, partilhados pelo seu psicólogo, que o 'ensinou' a focar-se no "presente". "Aceito que não estou onde quero, mas é só isso. Faz parte. Abraço-me como quem abraça um amigo em apuros. 'Bora lá…' fé no processo", escreveu logo depois António Raminhos, manifestando a sua "ideia" de que "estes momentos" servem para o relembrar do que quer.

Sozinha, Catarina Raminhos ruma a novo destino: "Primeira viagem a solo"


O marido de Catarina Raminhos aproveitou ainda para esclarecer que a terapia e a prática constante o ajudaram a "chegar até aqui", mas salientou o facto de que há depois um 'caminho a percorrer' no que toca a colocar em prática. Treinar, escrever, sair de casa, brincar, acabam por ser diferentes formas de António Raminhos escapar à sua POC.

No texto, que se pode ler numa publicação na sua conta de Instagram, o humorista explicou, por fim, o porquê de deixar esta mensagem que se direciona, na verdade, a todos aqueles que enfrentam dificuldades semelhantes. "Lembrem-se, o que define os pensamentos é importância que lhes damos. Sei que vou voltar a locais, mentais e reais, que não quero... mas quero que seja cada vez menos tempo. E ligo-me".

Veja a partilha abaixo: