
Nova regulamentação japonesa exige espaços dedicados a motociclos em edifícios recém-construídos, criando um precedente para outras metrópoles.
A cidade japonesa de Chiba tornou-se pioneira na integração de motociclos no planeamento urbano ao aprovar legislação que obriga à inclusão de áreas de estacionamento específicas para estes veículos em todas as novas construções com superfície superior a 1.500 metros quadrados. Esta iniciativa, em vigor desde abril de 2023, responde às necessidades dos mais de 142 mil motociclos registados na região.
As grandes cidades enfrentam desafios cada vez maiores relacionados com a mobilidade urbana e a utilização eficiente do espaço público. Enquanto os automóveis continuam a predominar nas políticas de planeamento, os motociclos, apesar da sua eficiência espacial, raramente recebem consideração adequada nas infraestruturas urbanas, particularmente no que diz respeito ao estacionamento.
Os desafios enfrentados pelos motociclistas em contexto urbano são significativos. Embora um motociclo ocupe aproximadamente um quinto do espaço de um automóvel, a escassez de áreas designadas para o seu estacionamento frequentemente resulta em situações precárias, expondo os veículos a danos e os seus proprietários a constrangimentos legais.
O contraste é notável quando comparamos diferentes culturas urbanas. Em países asiáticos como a Tailândia e o Vietname, onde os motociclos constituem o principal meio de transporte, as infraestruturas adaptaram-se naturalmente à sua presença. Em contrapartida, nas cidades ocidentais, onde prevalecem os automóveis, qualquer acomodação para motociclos é frequentemente vista como excecional, chegando a ser motivo de espanto quando efetivamente implementada.
A experiência de Chiba pode servir como modelo para outras áreas metropolitanas, como Chicago, onde circulavam quase 300 mil motociclos registados no estado de Illinois em 2022. A implementação de infraestruturas dedicadas não só reconhece a legitimidade deste meio de transporte como contribui para a otimização do espaço urbano, aliviando a pressão sobre as áreas de estacionamento convencionais e incentivando a utilização de veículos mais eficientes.