
Na hora de ir dormir, acaba sempre por deixar uma luz acesa? Este é um hábito que parece inofensivo, mas a verdade é que pode acabar por trazer algumas consequências. Pode afetar o seu ritmo circadiano e até levar à falta de sono, o que traz outro tipo de problemas.
O 'website' Health Digest falou com alguns médicos e cita alguns estudos para perceber algumas das consequências que esta ação pode ter no seu dia a dia. A verdade é que pode até nem ser a luz que deixa acesa. Em alguns casos, a luz que vem do exterior da casa, por exemplo, é suficiente para o afetar.
Assim, é importante regular e ter atenção à luz que entra no quarto quando está a dormir. Um dos motivos está relacionado com o seu relógio biológico, o chamado ritmo circadiano. "Iluminar artificialmente a noite, seja com luzes de teto ou abajures, confunde-o. O seu corpo fica inseguro sobre o que fazer quando o exterior lhe diz uma coisa, mas o interior lhe diz outra", começa por dizer o médico Mark Dingman.
"Quando confunde o corpo com luz artificial, o seu relógio interno não consegue modular essas tarefas diárias essenciais da maneira que precisa", continua. Também pode acabar por afetar os seus olhos.
Segundo um estudo publicado no Journal of Korean Medical, o cansaço ocular, a dor, a dificuldade de foco e o desconforto visual podem aumentar se dormir com uma luz acesa.
Se a luz afeta o sono, pode também acabar por trazer outras consequências. Um estudo da universidade de Harvard revelou que as alterações do ritmo circadiano podem levar ao aumento do risco de obesidade e de diabetes.
Este investigação revelou que os níveis de açucar no sangue dos participantes apresentaram-se mais elevados nos casos em que o ritmo circadiano foi afetado de alguma forma.
Assim, a melatonina saiu afetada. Esta é uma hormona que ajuda o corpo a adormecer e a preparar-se para dormir. Níveis mais baixos de melatonina estão associados a diferentes tipos de cancro.
Neurologista deixa sério aviso sobre privação de sono
"Sem um sono adequado, o cérebro luta para funcionar corretamente. Com os neurónios sobrecarregados, o desempenho cognitivo fica comprometido, já que não há tempo para a recuperação necessária", explica o neurologista e especialista em perturbações do sono André Ferreira ao jornal Metrópoles. "Um dos primeiros efeitos de uma semana sem dormir é a falta de atenção", afirma. O especialista diz que "os doentes relatam frequentemente cansaço extremo e sonolência durante o dia, e, em casos mais graves, outros prejuízos cognitivos".
Quantas horas devemos dormir por dia?
Segundo a nutricionista Priscila Gontijo, convém que durma no mínimo sete horas por noite. "Um cérebro descansado tem maior capacidade de concentração. A privação do sono reduz o desempenho cognitivo porque o armazenamento de aprendizagens e memórias ocorre justamente durante o período de descanso noturno."
Revela que quem dorme mais horas pode acabar por ter melhor foco, uma memória mais ativa, mais concentração e produtividade.