
O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Ceia da Silva, alertou que a região poderá deixar de ser considerada de convergência no próximo quadro comunitário de apoio, situação que implicará uma redução significativa de fundos.
As declarações foram feitas durante a abertura da Feira da Luz, em Montemor-o-Novo, onde o responsável destacou que o rendimento per capita do Alentejo deverá ultrapassar os 75 por cento da média da União Europeia.
«Isso significa que no próximo quadro comunitário de apoio nós não seremos região de convergência», afirmou, lembrando que regiões como Lisboa e Algarve recebem atualmente «cerca de 400 milhões de euros», em contraste com os 1.100 milhões atribuídos ao Alentejo.
Segundo António Ceia da Silva, o impacto económico de Sines tem um peso decisivo nesta alteração. «Nós gostamos muito de Sines, mas significa um rendimento brutal do ponto de vista destes índices económicos», explicou.
Além deste fator, o Presidente da CCDR Alentejo apontou «o envelhecimento da população e a perda demográfica» como elementos que agravam a situação.
Com base nas estimativas apresentadas, o responsável antecipou que «o Alentejo poderá perder cerca de 700 milhões de euros logo à partida». António Ceia da Silva concluiu defendendo a necessidade de mobilização regional: «Isto deve levar-nos a refletir e a tomar posições contra esta futura estratégia, porque afeta empresários, agricultores, autarquias e cidadãos do nosso Alentejo».