
A Associação ESTAR, sediada em Beja, lançou um programa que visa financiar e capacitar projetos na cidade.
Intitulado de “Jovens a Transformar Beja”, a iniciativa pretende «receber ideias» de jovens dos 16 aos 30 anos, num âmbito de «dar algo à cidade que não exista», segundo Madalena Palma, coordenadora da associação, em declarações a’ODigital.pt.
Uma ideia que partiu do apoio que «recebemos da Câmara Municipal», no valor de cinco mil euros e que «queremos devolvê-lo à comunidade em jeito de investimento».
Desta forma, a iniciativa tem um prémio global de cinco mil euros para a implementação de cinco microprojetos de até mil euros cada, com as candidaturas a poderem ser efetuadas até dia 30 de junho.
Durante este mês, a associação vai receber as propostas e decidir quais vão para a frente, envolvendo também «coordenar, fazer mentoria, dar formação e dar apoio, inclusivamente na aplicação destes projetos».
Projetos estes que se podem incluir em «muitas áreas», nomeadamente na sustentabilidade ambiental, cultura local e identidade, inclusão social, tecnologia com impacto comunitário, economia circular ou rural e/ou espaços públicos criativos.
«Agora cabe à cabeça de cada um criar projetos em que se enquadrem numa destas áreas e movimentarem a cidade», acrescentou a coordenadora, referindo ainda que se pode tratar de, por exemplo, «um espetáculo, uma formação, ou a criação de um projeto inovador».
Madalena Palma sublinhou que compreende que «os cidadãos estejam um pouco divorciados da cidade», sendo «uma cidade de interior, onde tem havido pouco investimento». Nesse sentido, atirou que «nada é melhor que apostar nos jovens».
Assim, «achamos que está na altura de os jovens agitarem isto», pois «sabemos que existem muitas ideias», até porque «falamos com muitos jovens e com muitos pais que sabem o potencial dos filhos, falamos com muitos professores e recebemos também muitos estágios na associação».
No entanto, a coordenadora destacou que «nada se faz sem dinheiro» e que esta iniciativa pretende «ser o motor» e dar «ferramentas aos jovens», para que «saibam que é possível fazer coisas que não existam».
«As redes sociais hoje são um mundo e eles veem coisas que acontecem noutros sítios e gostavam de ter na sua própria cidade e nas suas próprias aldeias. Porque não potenciar?», adicionou.
Madalena Palma enfatizou que «não medo dos pais» em dar aos filhos esta responsabilidade, até porque «dizem que os filhos têm muitas ideias e querem fazer muita coisa». Porém, «parece que tem as pernas cortadas por falta de investimento, ou falta de coragem».
Com este «incentivo», os jovens poderão «pensar que aquilo que pensam é válido» e que podem ser «boas ideias» que podem «ser colocadas em prática».
Este é o primeiro ano que esta iniciativa sai à rua e «se tudo correr bem, este será o primeiro de muitos anos a fazer este tipo de projetos».